O tradicional intervalo de uma hora para o almoço, garantido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), pode estar com os dias contados. Discussões recentes sobre flexibilização da jornada reacendem o debate sobre os direitos do trabalhador, especialmente no contexto pós-reforma trabalhista.
O que diz a legislação atual
Segundo o artigo 71 da CLT, todo trabalhador com jornada superior a seis horas tem direito a um intervalo mínimo de uma hora para repouso ou alimentação. Esse período pode ser estendido para até duas horas, desde que previsto em contrato ou acordo coletivo.
A medida procura preservar a saúde física e mental do empregado, permitindo uma pausa adequada no meio do expediente.
Possibilidade de flexibilização
A CLT já permite, desde 2017, que esse intervalo seja reduzido em determinados casos, por meio de negociação coletiva. A proposta em discussão agora pretende ampliar essa possibilidade, permitindo que o período mínimo de uma hora seja flexibilizado de forma mais ampla.
Essa proposta, porém, vem gerando controvérsia entre especialistas em Direito do Trabalho. Para muitos, essa medida pode prejudicar o bem-estar do trabalhador, ao limitar o tempo disponível para repouso e alimentação.
Importância do intervalo para a saúde do trabalhador
Estudos mostram que pausas regulares durante a jornada de trabalho aumentam a concentração, reduzem o estresse e melhoram o desempenho profissional. O intervalo para o almoço, nesse sentido, é essencial para recarregar as energias e manter um ambiente de trabalho saudável.
Ignorar o cumprimento desse direito pode gerar penalidades legais e comprometer a reputação das empresas. A observância das normas da CLT não é apenas uma obrigação jurídica, mas também um indicativo de responsabilidade social.
A discussão sobre a nova flexibilização do intervalo de almoço coloca em xeque o equilíbrio entre produtividade e direitos trabalhistas. A proposta ainda está em análise, mas já levanta preocupações quanto aos possíveis impactos sobre a rotina e a saúde do trabalhador.