O abacate, uma fruta popular na mesa dos brasileiros, tem chamado a atenção pelo aumento expressivo nos preços. Com valores que chegam a R$ 35,00 por quilo em algumas regiões, a alta tem levantado questionamentos sobre os motivos por trás dessa disparidade. Afinal, o Brasil é um grande produtor da fruta, que não é negociada na bolsa de mercadorias nem diretamente impactada pelo dólar.
Embora o abacate seja cultivado amplamente no Brasil, os custos de produção são altos. A mão de obra, os fertilizantes e os pesticidas, além de outros insumos agrícolas, têm pesado no bolso dos produtores. Esses fatores, somados ao transporte do produto das regiões de cultivo para os mercados consumidores, aumentam significativamente o preço final.
Além disso, as condições climáticas adversas, como secas e geadas em áreas produtoras, impactaram a oferta da fruta, elevando os custos. Esse cenário tem criado um efeito cascata que afeta diretamente os consumidores.
Aumento da demanda do abacate
Nos últimos anos, o abacate conquistou status de “superalimento” graças à sua popularidade em dietas saudáveis e receitas como guacamole e smoothies. Esse aumento na demanda tem pressionado ainda mais os preços, já que a oferta nem sempre consegue acompanhar o consumo crescente.
Embora o abacate não seja considerado uma commodity no Brasil, muitos produtores têm priorizado mercados externos devido aos lucros mais altos obtidos com a exportação. Isso reduz a oferta disponível no mercado interno, contribuindo para a elevação dos preços.
A lógica da exportação, associada ao desinteresse governamental em regular a oferta para o consumo doméstico, tem sido criticada. Especialistas e consumidores argumentam que, em um país produtor de alimentos, é inconcebível que a população pague preços elevados por produtos cultivados localmente.
A suspeita de cartel
Outro fator levantado é a possibilidade de formação de cartéis, nos quais empresas ou fornecedores combinam preços, limitam a produção ou dividem o mercado. Essa prática, ilegal no Brasil, prejudica a concorrência e os consumidores, mas requer investigação rigorosa por parte dos órgãos competentes.
O que pode ser feito?
Para reverter a situação, especialistas sugerem políticas públicas que priorizem o mercado interno, reduzam custos de logística e produção e promovam maior fiscalização. Dessa forma, o acesso ao abacate poderia ser democratizado, garantindo que o fruto verde, sinônimo de saúde, não pese tanto no bolso dos brasileiros.