A agência de notícias Reuters divulgou nesta sexta-feira (30) que Elon Musk não faz mais parte do governo dos Estados Unidos.
O bilionário sul-africano, CEO da Tesla e da SpaceX, deixou oficialmente o cargo de liderança no Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), criado no início da gestão do presidente Donald Trump. A saída ocorre após uma série de desentendimentos públicos e tensões envolvendo o governo norte-americano.
Vale mencionar que Musk ocupava o cargo de “funcionário especial do governo”, uma posição temporária limitada a 130 dias, destinada a assessores externos de alto nível. Sua principal missão era promover cortes de gastos e enxugar a máquina pública. No entanto, a decisão de encerrar sua participação foi antecipada, um dia antes do fim do mandato.
Críticas à gestão Trump e tensões nos bastidores
A saída de Elon Musk não foi um movimento isolado, mas fruto de um contexto de crescente insatisfação. Isso porque, dias antes do anúncio, Musk fez duras críticas ao principal projeto legislativo do governo Trump, uma proposta de orçamento trilionário que, segundo ele, compromete os esforços de contenção de gastos conduzidos pelo DOGE.
É importante mencionar que o projeto, aprovado recentemente pela Câmara dos Deputados dos EUA, prevê um aumento no déficit federal em cerca de US\$ 3 trilhões na próxima década.
Para Musk, essa medida não apenas contradiz os princípios da própria agência que liderava, como também enfraquece a credibilidade do governo em relação à responsabilidade fiscal.
Além disso, a relação entre Musk e a administração Trump vinha se desgastando por outros fatores. Segundo reportagem do Wall Street Journal, o empresário tentou, sem sucesso, barrar um acordo estratégico entre a OpenAI, sua rival no setor de inteligência artificial, e a empresa G42, dos Emirados Árabes Unidos.
Vale mencionar que o episódio gerou desconforto diplomático, especialmente após a presença de Sam Altman, CEO da OpenAI, em reuniões oficiais durante a turnê de Trump pelo Oriente Médio.
DOGE segue sem Elon Musk
Outro detalhe importante é que, apesar da saída, Elon Musk afirmou que a missão do DOGE continuará. A agência, criada por ordem executiva do presidente Trump, segue com o objetivo de promover cortes estruturais na máquina pública, uma vez que já resultou na redução de aproximadamente 12% dos cargos civis federais, cerca de 260 mil postos, segundo dados oficiais.
Dessa forma, embora tenha declarado anteriormente que poderia continuar colaborando de forma pontual com o governo, não há, até o momento, confirmação se essa participação informal irá de fato ocorrer.
Com isso, Musk retorna seu foco integral para suas empresas, como a Tesla, a SpaceX e a xAI. Vale mencionar que o bilionário já havia sinalizado aos acionistas sua intenção de se afastar progressivamente das funções governamentais para priorizar os negócios, especialmente diante da crescente competitividade no setor de inteligência artificial.