O empresário Rubens Menin, fundador de grandes empresas como a MRV, o Banco Inter e a CNN Brasil, gerou polêmica ao afirmar que programas sociais como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) precisam ser reduzidos.
Em um painel no evento do BTG Pactual, realizado no dia 26 de fevereiro de 2025, Menin apresentou suas preocupações sobre os altos custos desses programas para o Brasil, argumentando que o país não tem dinheiro suficiente para mantê-los em sua magnitude atual.
O empresário, que é reconhecido pelo seu sucesso no setor empresarial, expressou que é necessário um “ajuste” para que o Brasil se torne financeiramente mais sustentável e que a população precise ter mais “consciência tributária”.
Crítica ao custo dos Programas Sociais
Menin iniciou sua fala questionando a necessidade de programas como o Bolsa Família e o BPC em sua forma atual. De acordo com o empresário, esses benefícios, que somam quase R$ 300 bilhões anuais, são excessivos para as finanças públicas do país, que enfrentam um déficit fiscal.
A opinião de Menin vai contra a ideia de que os programas de transferência de renda são essenciais para combater a pobreza, considerando que o Brasil ainda lida com desigualdades específicas.
Falta de consciência tributária
Outro ponto central no discurso de Menin foi a falta de “consciência tributária” da sociedade brasileira. O empresário argumenta que, embora programas como o Bolsa Família sejam necessários para atender às mazelas do país, a sociedade precisa entender que esses benefícios só são possíveis porque a população contribui com impostos.
Menin destacou a importância de uma discussão mais ampla sobre como a carga tributária está sendo distribuída e de que maneira ela pode ser utilizada para garantir um equilíbrio fiscal, sem comprometer os recursos do governo.
Pleno emprego e a necessidade de mão de obra
Outro aspecto importante da fala de Menin foi a observação sobre o atual cenário econômico do Brasil. Ele afirma que o país vive um momento de pleno emprego, mas, ao mesmo tempo, enfrenta uma deficiência de mão de obra comprometida.
Isso aponta para a necessidade de políticas públicas que incentivem a qualificação da força de trabalho, permitindo que o país aproveite melhor os recursos humanos disponíveis e, ao mesmo tempo, aumente a produtividade e a competitividade no mercado global.
Responsabilidade social e a consciência coletiva
O empresário também teve a ideia de que a sociedade precisa se conscientizar sobre o quanto está disposta a contribuir para os programas de assistência social. Para Menin, é fundamental que as pessoas compreendam que os benefícios são resultado de um esforço coletivo, um compromisso que depende do entendimento sobre os limites financeiros do país.
Ele sugeriu que, por meio de um debate mais profundo sobre a tributação e as prioridades fiscais, o Brasil poderia encontrar um caminho sustentável para seus programas sociais.
Busca por soluções sustentáveis no setor empresarial
Embora o foco do painel tenha sido em questões fiscais e sociais, Menin também falou sobre o futuro de seus próprios empreendimentos. Ele destacou que suas empresas buscam uma gestão “leve em ativos”, ou seja, buscando reduzir custos e ser mais eficientes com seus recursos.
Essa estratégia é vista como uma forma de proteção da volatilidade econômica, já que a incerteza sobre as taxas de juros e as condições globais do mercado são grandes desafios para qualquer empresário.
Menin afirmou que, apesar do cenário econômico desafiador, ele está otimista com o futuro, destacando que, em 2025, todas as suas empresas terão fluxo de caixa positivo, o que considera uma grande conquista, até mesmo para a emissora de TV CNN Brasil, que enfrenta desafios típicos do setor.
As declarações de Rubens Menin abriram um debate importante sobre o equilíbrio entre a assistência social e a responsabilidade fiscal no Brasil. Por um lado, programas como o Bolsa Família têm um papel essencial no combate à pobreza e na redução das desigualdades.
Por outro lado, o país enfrenta um cenário fiscal difícil e precisa encontrar maneiras de equilibrar suas contas sem deficiência a população mais necessitada. O desafio é criar políticas públicas que atendam a essas demandas de forma equilibrada, consciente e sustentável.