O Brasil está no radar para se tornar um dos principais polos globais de data centers na próxima década, acontecimento que pode impulsionar a economia do país. A informação foi divulgada com exclusividade pelo site NeoFeed.
Com uma matriz energética majoritariamente limpa e crescente demanda por serviços digitais, o governo federal articula um plano robusto para atrair investimentos no setor e estruturar uma cadeia produtiva nacional.
Brasil pode ser uma potência de data center em 10 anos
A proposta, segundo Uallace Moreira Lima, secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), envolve a criação de uma política específica para impulsionar a instalação de data centers em território nacional.
O plano está sendo desenvolvido em conjunto com outros órgãos, como o BNDES, Ministério da Fazenda e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e deve ser anunciado oficialmente até o meio do ano.
Data centers são infraestruturas essenciais para o armazenamento e processamento de dados, fundamentais para tecnologias como inteligência artificial, computação em nuvem, cidades inteligentes e automação industrial.
Hoje, o Brasil já possui 163 unidades, com forte concentração em São Paulo e Rio de Janeiro, e ocupa uma posição relevante no cenário latino-americano.
O país é responsável por quase dois terços do crescimento previsto no setor na região em 2025, de acordo com dados da consultoria CBRE.
O plano governo para se tornar potência de data center
O plano do governo vai além da simples atração de centros de dados estrangeiros. A meta é estimular a produção local de equipamentos, como GPUs e servidores, e fomentar a oferta de serviços tecnológicos para o mercado interno.
“Se não olharmos para a cadeia produtiva que esses investimentos movimentam, perdemos uma oportunidade histórica”, afirma Lima.
Para ele, é essencial criar condições que atraiam grandes empresas, mas também apoiem pequenos e médios empreendedores com linhas de crédito específicas.
Estima-se que os investimentos no setor possam alcançar R$ 2 trilhões ao longo de 10 anos, considerando obras, equipamentos e consumo energético.
Esse montante pode transformar o setor produtivo, criando demandas cruzadas em diversas áreas e estimulando o desenvolvimento tecnológico.
Caso o plano avance conforme esperado, o Brasil pode não só reduzir sua dependência de serviços contratados no exterior, mas também posicionar-se como líder na infraestrutura digital do futuro.
A iniciativa marca uma tentativa concreta de alinhar política industrial, inovação e sustentabilidade com o objetivo de fortalecer a economia nacional.