Segundo estudos do Instituto de Geociências da USP, o território brasileiro guarda um dos registros vulcânicos mais antigos do planeta: o Vulcão Amazonas, com quase 2 bilhões de anos.
Localizado no sul do Pará, entre os rios Tapajós e Jamanxim, esse impressionante vestígio geológico remonta ao período Paleoproterozóico, quando intensas atividades vulcânicas moldaram o relevo e a riqueza mineral da Amazônia.
Embora extinto há bilhões de anos, o vulcão ainda revela informações essenciais para a ciência, principalmente no que diz respeito à formação de minerais como ouro e cobre.
Vale mencionar que pesquisas recentes indicam que a região foi palco de ao menos três grandes ciclos de vulcanismo há cerca de 2, 1,88 e 1,78 bilhões de anos, resultado da movimentação de placas tectônicas oceânicas sob a crosta continental.
Amazônia tem arquivo geológico ainda pouco explorado
É importante mencionar que, por muito tempo, a Amazônia foi vista apenas como um santuário ecológico, esquecendo-se de sua importância geológica. Isso porque o acesso à região é limitado e os estudos exigem longas expedições e recursos especializados.
Mesmo assim, iniciativas lideradas por instituições como a Universidade Federal do Pará (UFPA) e a Unicamp têm contribuído significativamente para o mapeamento do passado vulcânico da região.
Um exemplo disso é a caldeira identificada na Província Mineral de Alta Floresta, que se estende entre os estados do Pará e Mato Grosso, e guarda pistas de antigas explosões que ajudaram a moldar o subsolo amazônico.
Outro detalhe importante é a caldeira do Vulcão Amazonas, com cerca de 22 km de diâmetro, um indicativo da magnitude das erupções ocorridas na região há bilhões de anos.
O Brasil e o vulcão esquecido
Vale mencionar que, embora o Brasil não possua vulcões ativos atualmente, por estar distante das zonas de colisão entre placas tectônicas, vestígios de atividade vulcânica são encontrados em várias partes do país. Ilhas oceânicas como Fernando de Noronha e Trindade foram formadas por processos semelhantes.
Além disso, estruturas rochosas da Serra do Mar, Serra da Mantiqueira e os conhecidos derramamentos basálticos no sul do Brasil revelam o passado explosivo do território.