O Brasil enfrenta uma realidade preocupante com aproximadamente 70 milhões de brasileiros estão excluídos do sistema financeiro formal. Este número revela um cenário desafiador para aqueles que não têm acesso a crédito, seja por falta de histórico bancário ou ausência de garantias.
Para esses indivíduos, recorrer ao sistema financeiro tradicional é muitas vezes um obstáculo quase intransponível, levando-os a buscar alternativas informais e caras, como empréstimos com juros exorbitantes ou o crediário das grandes varejistas. O custo do crédito acaba sendo um fardo ainda maior para quem menos pode pagar.
Foi exatamente nesse vácuo deixado pelo sistema bancário tradicional que a fintech Jeitto se destacou e encontrou uma grande oportunidade. A empresa, fundada em 2014, focou suas operações nas classes C e D, um público que sempre esteve à margem do crédito.
Oportunidade no sistema bancário
No Brasil, o crédito formal ainda é inacessível para uma parte da população. Tradicionalmente, quem não possui um histórico bancário ou não tem acesso a garantias como imóveis ou veículos acaba sendo deixado de lado pelas instituições financeiras tradicionais.
Essas pessoas frequentemente se veem dependentes de empréstimos informais, que muitas vezes são acompanhados de juros abusivos, ou ainda de soluções como o crediário, disponível apenas em grandes lojas varejistas, que também impõem taxas de juros altíssimas.
Diante dessa realidade, a Jeitto enxergou uma lacuna e se posicionou como uma alternativa de crédito acessível para aqueles que mais precisam. A fintech criou um modelo de negócio inovador, utilizando tecnologia para analisar o perfil de crédito dos usuários e permitir a concessão de crédito para quem, normalmente, seria rejeitado pelas formas tradicionais de financiamento.
Crescimento da Jeitto
Fundada por Fernando Silva, engenheiro metalúrgico de formação, a Jeitto começou sua trajetória mirando justamente o público das classes C e D. Com uma grande experiência internacional, que incluiu passagens pela criação de bancos e fintechs em mercados emergentes como Rússia, Nigéria e Leste Europeu, Fernando percebeu que o Brasil possuía um mercado de crédito ainda imenso e com grande demanda reprimida.
Em 2024, a fintech atingiu a marca de R$ 770 milhões em faturamento, representando um crescimento de 82% em relação ao ano anterior, e chegou ao ponto de equilíbrio financeiro, o breakeven. Com esses resultados, a empresa já traça metas audaciosas para 2025, visando alcançar R$ 1 bilhão em receita.
O sucesso da Jeitto pode ser atribuído à sua visão de democratizar o crédito e torná-lo acessível de forma justa e eficiente. A utilização de inteligência artificial para analisar o perfil de crédito de seus usuários e aprovar empréstimos para aqueles com restrições no CPF é um diferencial importante.
Além disso, a plataforma oferece uma série de serviços, como pagamentos de contas, recarga de celulares, compras online e transferências bancárias, tudo sem a necessidade de um banco tradicional.
Novos rumos para a Jeitto
Com o sucesso alcançado, a Jeitto não se acomodou. Em 2024, a fintech passou por um processo de rebranding para refletir melhor o seu compromisso com o público-alvo. A nova identidade visual traz um logo inspirado no símbolo de atualização, representando agilidade e inovação.
Segundo Marcus Pesavento, Head de Marketing da empresa, a mudança foi necessária para alinhar a comunicação da marca com a realidade dos brasileiros que buscam soluções financeiras acessíveis e ágeis.
Além disso, a Jeitto ampliou seu portfólio de serviços. Recentemente, adquiriu a plataforma Pilla, especializada em crédito consignado, e lançou o Shópi Jeitto, um marketplace com mais de 25 lojas parceiras.
O futuro da Jeitto
Com planos ambiciosos para 2025, a Jeitto está focada em expandir suas operações e superar a marca de R$ 1 bilhão em faturamento. O crescimento da empresa será impulsionado pela ampliação de seus produtos de crédito e pelo fortalecimento do seu marketplace, que se tornará uma parte ainda mais importante da oferta de serviços para seus usuários.
Fernando Silva, CEO da Jeitto, afirma que o objetivo da fintech segue sendo o mesmo desde o início: democratizar o crédito no Brasil. O sistema financeiro tradicional ainda deixa milhões de brasileiros sem acesso a soluções financeiras eficientes e transparentes.
A Jeitto busca mudar essa realidade, oferecendo aos brasileiros uma forma mais justa de acessar crédito, com menos burocracia e mais inclusão.