A exploração espacial avança rapidamente, e missões tripuladas para a Lua estão no horizonte das agências espaciais, como a NASA e a ESA. Mas um questionamento pouco discutido surge nesse contexto: o que aconteceria se um astronauta morresse na Lua? As condições extremas do ambiente lunar impõem desafios únicos para a preservação e possível manejo do corpo.
Vale lembrar que a lua é um local inóspito para o ser humano. Isso porque não tem atmosfera, oxigênio ou pressão, o corpo de um astronauta reagiria de forma muito diferente em comparação com a Terra.
Por esse motivo, a falta de pressão atmosférica faria com que os líquidos corporais começassem a evaporar rapidamente em um processo conhecido como ebulição por descompressão no vácuo lunar. Entretanto, a pele e os tecidos musculares são fortes o suficiente para impedir que o corpo estoure, como ocorre em alguns cenários fictícios.
Outro fator crítico é a variação extrema de temperatura. Durante o dia lunar, a temperatura pode alcançar 127 °C, o que aceleraria a desidratação e mumificação do corpo. Já à noite, com temperaturas caindo para –173 °C, a água presente nos tecidos congelaria, tornando o corpo rígido e quebradiço.
Além disso, a intensa radiação solar, sem a proteção de uma atmosfera, causaria danos celulares significativos, podendo acelerar o processo de deterioração do corpo se ele estivesse exposto diretamente à luz solar.
O futuro do corpo na Lua
Um dos aspectos mais intrigantes sobre a morte na Lua é a ausência de microrganismos responsáveis pela decomposição. Na Terra, a putrefação ocorre devido à ação de bactérias e fungos. Entretanto, no ambiente lunar, sem esses agentes, o corpo não apodreceria da maneira convencional.
Em vez disso, ele passaria por um processo de desintegração física devido à radiação, às temperaturas extremas e à exposição ao vácuo.
Se o corpo fosse deixado em uma área protegida, como dentro de um traje espacial lacrado ou em uma cápsula, ele poderia permanecer relativamente preservado por anos, décadas ou até séculos. Isso se assemelha a fenômenos naturais na Terra, como corpos preservados em geleiras ou no permafrost.
Outro detalhe importante é que as agências espaciais ainda não definiram protocolos para lidar com um óbito na Lua. Isso porque a permanência humana no satélite ainda é curta. No entanto, com planos futuros de bases lunares e até mesmo colonização, discutir como lidar com a morte em solo lunar será essencial para missões de longa duração.