A Controladoria-Geral do Estado de Mato Grosso (CGE-MT) revelou, na última semana, um robusto esquema criminoso que teria desviado milhões dos cofres públicos por meio de contratos fraudulentos na perfuração de poços artesianos.
Vale mencionar que a operação, denominada Poço Sem Fundo, resultou no bloqueio de R\$ 79,8 milhões e no sequestro de bens de alto valor pertencentes a empresários e servidores públicos.
A investigação foi deflagrada na quinta-feira, dia 8 deste mês, com apoio do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo) e autorização da juíza Edna Ederli Coutinho.
Segundo auditorias da CGE, a fraude gira em torno de contratos firmados com a Companhia Mato-Grossense de Mineração (Metamat), envolvendo 13 convênios com seis empresas suspeitas de inexecução parcial de obras, pagamentos indevidos e superfaturamento.
Vale mencionar que os contratos investigados apontam um prejuízo superior a R\$ 22 milhões, valor que embasou as ordens judiciais de bloqueio de contas e bens. Entre os principais nomes citados estão os ex-presidentes da Metamat, Juliano Jorge Boraczynski e Wagner Ramos (também ex-deputado estadual), além do atual diretor técnico Francisco Holanildo Silva Lima.
Bens sequestrados pela justiça
Outro detalhe importante é que os alvos da operação perderam temporariamente o direito de uso sobre um vasto patrimônio. A lista de bens sequestrados inclui veículos de luxo como Mercedes-Benz GLC, Toyota Hilux SW4 e Chevrolet S10, além de uma lancha avaliada em alto valor de mercado.
Entre os imóveis, estão apartamentos em condomínios de alto padrão em Cuiabá e fazendas de grande extensão em Nossa Senhora do Livramento, totalizando mais de 1.700 hectares.
A empresa TecnoPoços, principal contratada, responde por um prejuízo de até R\$ 22 milhões. Seus sócios, assim como representantes de outras empresas como Uniko Engenharia, JM Poços Artesianos e FR Engenharia, também tiveram veículos e imóveis bloqueados.
Nomes de servidores públicos e empresários entre os investigados
É importante mencionar que, ao todo, 16 servidores e ex-servidores públicos figuram entre os investigados. Com isso, a Justiça determinou o sequestro de dezenas de bens registrados em nome dos envolvidos, inclusive de pessoas físicas ligadas às empresas contratadas.
Entre os imóveis listados, destaca-se uma residência no Condomínio Sicília Residence, em Cuiabá, e fazendas identificadas como “Olho d’Água” e “Pantanal Severo”.
Sendo assim, o bloqueio patrimonial busca garantir o ressarcimento ao erário e evitar o esvaziamento dos ativos dos suspeitos durante o curso das investigações. A lista inclui desde veículos antigos até caminhonetes de última geração, além de terrenos urbanos e áreas rurais avaliadas em milhões.