Autofagia no Bolsonarismo

Por Leandro Mazzini

A eventual cassação do senador Sergio Moro no 1º bimestre de 2024 abriu autofagia no grupo dos Bolsonaristas para a disputa numa eleição suplementar no Paraná. A despeito de o clã indicar que Michelle Bolsonaro pode mudar o domicílio eleitoral para o Estado (tem até maio para isso) e disputar a eventual vaga, bolsonaristas locais já avisaram ao presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, de que não abrem mão da tentativa. Tratam-se do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) e de Paulo Martins (PL-PR), que ficou em 2º na disputa de 2022 para a vaga. Valdemar avisou sutilmente a Bolsonaro para decidir logo por qual Estado Michelle será candidata ao Senado, em 2026. Na avaliação do cacique, o partido fica perdido e trava articulações importantes, sob risco de perder aliados. “Cada hora ele (Bolsonaro) diz uma coisa: Brasília, Goiás, Paraná.. e por aí vai, isso desgasta a própria Michelle”, reclama outro cacique.

Pá de cal?

O Ministério da Cultura propôs no Orçamento R$ 30 milhões para a construção do Museu da Democracia – a fim de lembrar que a baderna criminosa do 8 de janeiro não se repetirá – mas o relator do PL nº 29/23, senador Beto Faro (PT-PA), jogou pá de cal no plano. Baixou para R$ 1,97 milhão.

A dois

Flávio Dino começou a negociar sua vaga para o Supremo Tribunal Federal “por cima”. Ou seja, procurando os ministros da Corte, discretamente, em jantares e almoços, para que tivesse apoio internamente até seu nome chegar endossado ao presidente Lula da Silva. O primeiro deles foi logo assumir como ministro da Justiça, num almoço com Gilmar Mendes – seu principal padrinho – na ASBAC do setor de Clubes Sul.

Ferbasa ferve

Empresa de capital aberto, em boa parte nas mãos de uma fundação sob suspeita de fraude, a Ferbasa – de exploração de minérios na Bahia –virou caso de polícia. Uma ação na Justiça envolve denúncias de fraude na papelada da fundação e os sócios entraram em alerta máximo, porque a empresa pode ser alvo de busca e apreensão. O caso foi denunciado pelo blog O Bastidor.

Projeto Senado

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O ex-presidente Jair Bolsonaro está inelegível mas nem tanto. Quer se fazer presente em candidatos que ecoam seus projetos e o seu jeito de pensar. E não faltam nomes. Bolsonaro faz lista e pretende eleger senadores-seguidores em todos os Estados na eleição de 2026. Por isso tem visitado os diretórios do PL nas capitais.

Mina de indenizações

Alagoas virou uma mina de indenizações bilionárias. Além do caso Braskem, agora  11 municípios protocolaram petição no STF pedindo a liberação de R$ 600 milhões relativos à privatização da Casal, companhia de saneamento do Estado comprada pela BRK em 2020. O ministro Luís Roberto Barroso propôs que o Estado pagasse R$ 800 milhões, mas o Governo rebateu em R$ 600 mi. O caso está com Cristiano Zanin.

Leandro Mazzini

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