A Rota Bioceânica é um projeto estratégico que pretende integrar os litorais do Oceano Atlântico e do Oceano Pacífico por meio de rodovias, facilitando a circulação de mercadorias e pessoas na América do Sul e impulsionando a cooperação econômica entre os países da região.
Tradicionalmente, o desenvolvimento econômico brasileiro esteve concentrado no litoral. No entanto, a partir dos anos 2000, com o boom das commodities e a ascensão da China, os estados do interior, especialmente os ligados ao agronegócio, passaram a ter papel decisivo no crescimento nacional. O estado do Mato Grosso do Sul, por exemplo, lidera as projeções de expansão do PIB agropecuário, com alta estimada de 17,9% em 2025, segundo levantamento da Resenha Regional do Banco do Brasil.
A nova rota se apresenta como alternativa ao tradicional escoamento pelo Porto de Santos, permitindo que a produção brasileira siga por Paraguai e Argentina até chegar ao Chile e ao Pacífico. De acordo com estimativas oficiais, a conexão pode reduzir em até 17 dias o tempo de viagem para os mercados asiáticos – hoje com duração média de 40 a 45 dias – e cortar cerca de 30% dos custos de frete, aumentando significativamente a competitividade das exportações nacionais.
Para viabilizar a rota bioceânica, a BR-267 deverá ser ampliada no Mato Grosso do Sul, o que inclui a construção de um acesso até Porto Murtinho, na fronteira com o Paraguai. No local, está prevista para 2026 a conclusão de uma ponte sobre o Rio Paraguai. O investimento previsto no trecho brasileiro é de R$525 milhões.
Do lado paraguaio, já foi finalizado um trecho de 270 km entre Carmelo Peralta e Loma Plata, restando a ligação até Pozo Hondo, na fronteira com a Argentina. A conexão seguirá até Misión La Paz e avançará para a Província de Salta, já na fronteira com o Chile. No território chileno, será necessária apenas a ampliação da rodovia existente até o Porto de Antofagasta, no Pacífico, consolidando, assim, o novo corredor logístico que liga Brasil, Paraguai, Argentina e Chile.
Todos esses empreendimentos prometem ser revolucionários para toda a região, pois, além de diminuir tempo e custos de transportes, fazendo com que as exportações brasileiras fiquem mais competitivas, trazem investimento, melhoria em acessibilidade e infraestrutura, maior integração regional e desenvolvimento local para áreas ainda pouco exploradas.