A Lei Complementar 155/16 foi sancionada para incluir o investidor-anjo na legislação brasileira e regulamentar novas proteçÔes, incentivando esse tipo de investimento no Brasil. AlĂ©m disso, hĂĄ iniciativas estaduais, como o Projeto de Lei (PL) 3.578/16, que propĂ”e uma polĂtica de estĂmulo Ă s startups. Esses movimentos nos levam a um questionamento, por quĂȘ investir em startups?
Para tanto, basta avaliarmos os UnicĂłrnios, empresas que nĂŁo estĂŁo listadas na bolsa de valores e que possuem valor de mercado superior a US$ 1 bilhĂŁo. Na CalifĂłrnia tem-se 101 startups nesta classificação, no Brasil nĂŁo temos nenhuma. A mais prĂłxima de atingir essa valoração Ă© a Movile. Ao se avaliar a lista de unicĂłrnios, as principais sĂŁo: Uber (US$ 68 bilhĂ”es), com valor de mercado maior do que a Petrobras, a AirBNB (US$ 30 bilhĂ”es) e a Snapchat (US$ 18 bilhĂ”es). De acordo com a Fundação Kauffman, as startups de grande crescimento sĂŁo responsĂĄveis pela criação de mais de 50% dos empregos no mundo. Dada a importĂąncia das startups, temos que entender como contribuĂmos hoje para o seu desenvolvimento no Brasil?
Nos paĂses desenvolvidos os investidores fomentam o primeiro estĂĄgio das startups, jĂĄ no Brasil, os empreendedores que querem viabilizar o seu produto mĂnimo viĂĄvel, contam com apoio do governo, via editais do CNPq, SEBRAE, FINEP, SENAI e BNDES, que estimulam a criação de novos produtos tecnolĂłgicos. O governo tambĂ©m investe na capacitação destes empresĂĄrios, atravĂ©s de programas como o InovAtiva Brasil, sem ĂŽnus para o empreendedor.
Com o modelo de negócios validado, as aceleradoras (Acelera MGTI, SEED, etc) assumem o protagonismo na estruturação de startups, fazendo aporte de capital financeiro (R$ 50 mil a R$ 1 milhão), mais diversos serviços e consultorias de gestão, em troca de participação societåria (5% a 30%) destas startups.
HĂĄ tambĂ©m aqueles modelos de negĂłcio que se sustentam Ă base de financiamentos realizados pelo BNDES, Banco do Brasil, CAIXA, ItaĂș, Bradesco, SANTANDER, dentre outros.
Validado o modelo de negócios, o próximo passo é tornar a startup financeiramente sustentåvel, a partir da aquisição de clientes e geração de caixa, contando com o apoio dos chamados investidores anjos, que objetivam elevar o valor destas startups e obter ganho financeiro na venda de sua participação em uma próxima rodada de investimento. Por fim, a startup necessita se posicionar estrategicamente no mercado nacional e internacional.