Bora falar de saúde masculina?
Um estudo realizado pelo Centro de Referência em Saúde do Homem mostrou que 50% dos homens só procuram tratamento médico quando algum sintoma atrapalha muito a rotina. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida ao nascer no Brasil, em 2019, é de 80 anos para mulheres e 73 para os homens. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2016, a média da expectativa de vida ao nascer era de 74 anos para mulheres e de 69 anos para os homens. Mas afinal, porque existe essa diferença?
Quando criança, eu morava em um condomínio fechado cheio de crianças, de várias idades, meninos e meninas. Nada era mais divertido do que passar o dia todo fora de casa junto com a turma. A diversão era garantida quando a disputa de corrida de bike acontecia ou quando a vontade de vencer derrubava um menino a cada dia, práticas que, vez ou outra, deixavam um dente quebrado ou um braço engessado na lembrança. As meninas achavam nossas brincadeiras abrutalhadas demais e por isso preferiam brincar entre elas. Quando chegou a juventude a diversão era invadir prédios em construção para descer de rapel, afinal, se a idade aumenta os riscos, também adiciona um plus à adrenalina. Não tinha sensação mais prazerosa do que o medo aliado à vitória.
Confesso que muitas vezes deixei minha mãe preocupada com as fugas de carro entre amigos para outras cidades de madrugada ou quando chegava com um olho roxo, puto, porque tinha entrado em alguma confusão na rua. Todas essas experiências eram chanceladas com uma simples afirmação: “isso é coisa de homem”! Algumas vezes cheguei a baixar no hospital, bebi demais ou deixei mais um osso quebrado pelo caminho. Hospital e médico só quando a situação ficava feia e mesmo assim rapidinho dava um jeito de melhorar para sair logo de lá. Mas eu não sou o único! Um estudo realizado pelo Centro de Referência em Saúde do Homem mostrou que 50% dos homens só procuram tratamento médico quando algum sintoma atrapalha muito a rotina. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida ao nascer no Brasil, em 2019, é de 80 anos para mulheres e 73 para os homens. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2016, a média da expectativa de vida ao nascer era de 74 anos para mulheres e de 69 anos para os homens. Mas afinal, porque existe essa diferença?
Produção de testosterona, hormônio relacionado com características de agressividade e impulsividade
Para entender um pouco mais as razões pelas quais os homens vivem menos, procurei a Médica Endocrinologista Dra. Tais Caetano, especialista em Longevidade Saudável para explicar sobre esse assunto. Segundo ela, “as atitudes do ser humano e o ambiente onde ele está inserido influenciam diretamente em suas descargas hormonais.”
Homens, na maioria das vezes, são mais impulsivos e acabam tomando atitudes mais ousadas para se sentirem mais fortes e capazes de vencer qualquer desafio. A sensação de supera-lo, traz sentimentos de prazer e poder, criando conexões neurosinapticas que culminam em produção de testosterona, hormônio relacionado com características de agressividade e impulsividade.
Em uma situação de risco, ocorre grande descarga de adrenalina na corrente sanguínea e no sistema nervoso, preparando o corpo para lutar ou fugir e deixando-o mais alerta e potente. Esta sensação para o homem é muito prazerosa!
Sendo assim, a busca por excitação, aliada a uma cultura que associa masculinidade à força e coragem, faz com que os homens se exponham mais aos riscos de morte.
Nas mulheres, estas sensações são desagradáveis e levam ao instinto de proteção.
É preciso dedicar mais atenção à saúde do homem
“Campanhas de prevenção de doenças direcionadas para os homens são relativamente recentes, diferente das mulheres que há muito tempo são alvo destas” explica Tais. Como se pode perceber é preciso dedicar mais atenção à saúde do homem e aprender que o cuidado e a prevenção devem ser mais fortes do que o medo e a ignorância de se sentir em uma situação de fragilidade.
Créditos:
Revisão: Maíra Andrade (@ma16andrade) e Thaiza Almeida (@thaizacalmeida)
Fotos: Google.com
Entrevistada:
Dra. Taís Caetano CRM: 73.361 (@dra.taiscaetano)
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