Questão de oportunidade
Na edição do último domingo da Tribuna de Minas, estampei uma foto na capa que deu orgulho, não só pela imagem em si, mas pela história que a acompanha. Paulo, morador do Vila Esperança II, e Gabriel, do São Judas Tadeu, encontraram no muay thai a oportunidade de chegar à parte mais alta do pódio. Jovens que já lutam diariamente, mas que, na prática do esporte, descobriram uma forma de brilhar. Bastou a oportunidade aparecer.
Sim, o esporte que dá oportunidade para muitos jovens é o mesmo que leva muitos deles à consagração, a serem ídolos, indiferente da sua casta, pátria ou crença, a servirem de exemplo para toda uma geração. No topo do mundo, os rápidos Lewis Hamilton e Usain Bolt, os criativos e habilidosos Neymar e Stephen Curry, as precisas irmãs Williams, que levam ao delírio nas arquibancadas os brancos, negros, amarelos e todos apaixonados pela magia esportiva como já faziam Pelé, Jesse Owens, Michael Jordan, Muhammad Ali, Daiane dos Santos, João do Pulo, e como fez Ademilson no Tupi, ou como faz Gabriel, que no Vila Esperança II, vai servir de exemplo para a juventude do bairro.
Bastou a opressão dar lugar ao diálogo, o preconceito dar lugar à oportunidade, como fizeram os cabos Aquino e Luiz, por meio do projeto “Patrulha Escolar” da Zona Norte, realizado pela Polícia Militar, que os frutos apareceram. Mais do que ninguém, mostraram na prática o poder de prevenção do esporte e a capacidade de mostrar um novo caminho para a juventude do nosso país. Não é difícil, é só levar o esporte a sério, com carinho, com amor, sem preconceito.