AÇÕES NA REDE
As redes sociais, que se dividem entre o céu e o inferno, ora promovendo ações positivas, ora desconstruindo biografias, quando bem utilizadas, são um avanço para a própria comunidade. A proposta de implantação de grupos no WhatsApp e Facebook para monitorar casas e bairros e até ajudar na procura de carros roubados é o lado positivo, embora seja uma denúncia à própria carência do Estado, e dá margem a mais olhares no controle das ruas.
Hoje, por conta dos próprios números, os efetivos tanto da Polícia Militar quanto da Polícia Civil, valendo também para a Polícia Federal, são aquém da demanda, exigindo trabalho dobrado das corporações. O envolvimento da população – sem qualquer tipo de risco – é um dado positivo, sobretudo se for bem aplicado.
Por isso, é necessária a adoção de regras e, sobretudo, de princípios éticos, para evitar distorções no modelo. Mesmo em segmentos bem-intencionados, há quem aja por interesses pessoais, comprometendo a própria investigação. Criar fatos é um fator preocupante nas redes, e tal prática, num projeto de ajuda coletiva, acaba produzindo distorções.
Uma das questões que mais afetam os serviços de atendimento, seja na saúde ou na segurança, são os trotes, responsáveis pelo deslocamento de viaturas e ambulâncias em ocorrências fictícias. As redes sociais correm o mesmo risco, daí a necessidade de comprometimento dos envolvidos no projeto ora em discussão.