Justiça derruba liminar e mantém leilão da Usina Hidrelétrica de Marmelos

Outras três hidrelétricas também haviam sido leiloadas pela Cemig em dezembro de 2024; Estado considera operação legítima


Por Sandra Zanella

23/05/2025 às 17h48

Justiça derruba liminar e mantém leilão da Usina Hidrelétrica de Marmelos
Entre as hidrelétricas leiloadas está a Usina de Marmelos, em Juiz de Fora, fundada em em 1889, como a primeira de grande porte da América do Sul (Foto: Olabo Prazeres)

A Justiça derrubou a liminar que havia suspendido os efeitos do edital de quatro hidrelétricas leiloadas pela Cemig em dezembro de 2024. Entre elas está a Usina de Marmelos, em Juiz de Fora. O lance vencedor pelo lote foi dado pela empresa Âmbar Energia, no valor de R$ 52 milhões, 78,79% a mais sobre o valor mínimo proposto, de R$ 29,085 milhões. A decisão é do presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), desembargador Luiz Carlos de Azevedo Correa Júnior, que deferiu pedido do Governo de Minas. A determinação é válida até o trânsito em julgado do processo.

Fundada em 1889, Marmelos foi a primeira hidrelétrica de grande porte da América do Sul. O lote também é composto pelas usinas Sinceridade, em Manhuaçu, na Zona da Mata; Martins, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro; e PCH (Pequena Central Hidrelétrica) Machado Mineiro, em Águas Vermelhas, no Norte de Minas.

LEIA MAIS:

De acordo com a Agência Minas, entre os fundamentos apresentados pela Advocacia-Geral do Estado de Minas Gerais está o comprometimento da gestão empresarial, “que poderia causar prejuízos financeiros ao impedir a concretização de operação considerada legítima pelo Estado, com potencial lesivo à ordem público-administrativa e à economia pública”.

Já a Cemig “ressalta que a definição pela venda foi fundamentada por rigorosa análise técnica e econômico-financeira e esclarece que o processo está em conformidade com o planejamento estratégico da companhia, que visa alocar recursos de forma prioritária em empreendimentos mais representativos para o parque gerador da empresa”.

Das pequenas hidrelétricas à transição energética

A companhia destaca que não está reduzindo sua estrutura e que os recursos adquiridos com a venda “das pequenas hidrelétricas” estão sendo reinvestidos em ativos maiores, mais eficientes e alinhados à transição energética. Como exemplos são citadas as construções das usinas solares de Boa Esperança e Jusante. Juntas, elas terão potência instalada superior a 150 MW, mais de três vezes a capacidade de geração das usinas leiloadas.

“A Cemig realiza o maior plano de investimentos de sua história, totalizando R$ 50 bilhões até o ano de 2028. Serão 200 novas subestações entregues, o que significa um aumento de 50%.”

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.