Desde o dia 1° de fevereiro deste ano, o preço do combustível teve aumento em todo o país. Na esteira do aumento, o valor do combustível, que já era demasiadamente alto no Brasil, agora pesa ainda mais no bolso de milhões de pessoas.
De acordo com os dados mais recentes divulgados pelo Sistema de Levantamento de Preços (SLP) da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) o valor da gasolina tem registrado diferenças significativas no valor do litro ao consumidor. O estado da Amazônia registra a maior desigualdade: o valor registrado do litro entre os dias 8 e 14 deste mês ficou entre R$ 2,82 a R$ 4,14. Por determinação do Procon alguns postos tiveram que reduzir os preços exercidos nas bombas.
O país vive uma trajetória contrária ao cenário mundial. Enquanto no resto do mundo haverá queda de preços do litro da gasolina, em função da redução no valor do barril de petróleo, o Brasil registra um aumento. O reajuste é resultado da decisão do Governo Federal relativa a impostos. Segundo dados disponíveis no site da Petrobras, 11% do preço médio da gasolina ao consumidor das principais capitais é relativo às contribuições federais (principalmente PIS/PASEP e Cofins). Estima-se que, se o Brasil estivesse na mesma direção das demais nações, o litro do produto custaria menos de R$ 2 em Brasília. A alíquota da Cide, contribuição para regular o preço dos combustíveis, está zerada desde 2012 mas, em maio, o Governo vai voltar a cobrar. Na ocasião, a alíquota de PIS/Cofins cairá, de maneira que o aumento total de impostos continue sendo de R$ 0,22 por litro para a gasolina e de R$ 0,15 por litro para o diesel.
Além dos aumentos sucessivos no preço da gasolina, em 16 de março, começou a vigorar a proposta do Governo federal para beneficiar o setor sucroalcooleiro: o aumento de 2,5% de etanol na composição da gasolina. A medida eleva a porcentagem de adição do etanol de 25% para 27,5%; com isso, a estimativa é que, durante esse ano, todo o estoque, cerca de um bilhão de litros, sejam misturados à gasolina. Contudo, tal medida não representa somente uma mudança na composição da gasolina, mas no seu preço. O aumento da porcentagem de etanol na composição da gasolina reduz o preço de custo do combustível, entretanto, nos postos, o seu preço não será alterado. Em última instância, com menos gasolina na bomba, ao mesmo preço, a alteração na composição representa efetivamente mais um aumento no preço do litro da gasolina pago pelo consumidor.
Por Adryse Lima, Idala Carvalho, Rimon Ribeiro, Rachel Timotheo e Breno Oliveira
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