Coluna CR – 08-03-2015

Por Cesar Romero

ANTENADO

   Nesta edição comemorativa do Dia Internacional da Mulher, o Caderno CR Especial revela a visão de algumas personalidades de Juiz de Fora sobre a presença feminina nos dias de hoje.

   São opiniões pessoais, ângulos diferentes, que destacam a doçura e a fortaleza da mulher-mãe ou o modo diferente de criar ideias e gerenciar realizações.

    Novos tempos de uma nova mulher, mas com um conceito único: “existem para serem amadas” e “continuam sendo a maior razão de tudo”.

 

 

“A figura da mulher nos dias de hoje é extremamente importante para a sociedade. Graças à sua luta constante, as mulheres vêm conseguindo aumentar o seu espaço no mundo, assumindo cada vez mais postos de trabalho e cargos importantes. Apesar de, infelizmente, ainda sofrerem preconceito, elas são mais respeitadas e valorizadas na sociedade. A mulher tem uma força muito grande, ela cuida da casa, cria seus filhos e, atualmente, muitas são chefes de família, pela ausência do marido, responsáveis sozinhas pelas finanças da casa. Devemos respeitar e valorizar todas as mulheres, espelhando-nos no papel que Maria Santíssima, Nossa Senhora, teve na obra salvadora de Jesus Cristo nesse mundo. Parabenizo todas as mulheres neste dia e peço a Deus, nosso Pai, proteção e força para todas!”

Dom Gil Antônio Moreira – arcebispo

 

 

“A mulher sempre ocupou um lugar de primazia em minha vida. A começar pela minha mãe, dona Alzira, que sempre foi a musa inspiradora da minha caminhada, moldando meu caráter e dando lições de cidadania em inesquecíveis cafés da manhã, verdadeiros saraus de sabedoria. Como pediatra, testemunhei como fortaleza e doçura andam juntas no exercício da maternidade: para cada dor, um afago; para cada dificuldade, uma esperança. Na vida pública, vi outros lados da feminilidade: a participação e a solidariedade. Minha retina ainda registra, com alegria, a massiva presença em todas reuniões comunitárias, e meu coração é gratidão pura pela cooperação espontânea. Agora, no Tribunal de Contas, constato histórico fato da Corte dos Carolíngios, exclusivamente feminina, quando as altas damas de Provença e Borgonha, no século XII, exibiram a audácia surpreendente de afirmar, ante o Estado de guerreiros e ante a Igreja dos Clérigos, o valor específico da feminilidade. Nascia assim o embrião do que chamaríamos, séculos depois, de “sociedade,” e a “cortesia” triunfa! Finalizo, celebrando a data como consta no Gênese, que a mulher não está feita de barro como o homem, mas feita de seus melhores sonhos. Assim, ao adormecer nos braços de minha amada, embalado pela generosidade de minhas filhas, rezo a Deus que proteja o que o ser humano tem de melhor: a sensibilidade da mulher.”

Sebastião Helvécio – presidente do TCE

 

 

“Ao pensar em escrever sobre as mulheres, logo me vêm à memória aquelas ligadas à cultura. São tantas e em tantos papéis diferentes que enumerá-las seria enfadonho. As mulheres já foram saudadas pelo verso e pela prosa e não raro pelas licenças poéticas; lembradas por sua beleza ou por suas qualidades, distintas daquelas que caracterizam o sexo masculino. Na data anual que coloca o coletivo mulher no centro das atenções, quero saudar a singularidade da mulher artista, que canta, dança, representa, pinta, borda, escreve, compõe, coloca a mão no barro, molda formas e redesenha o mundo. Nas representações culturais femininas, percebe-se um modo diferente de gestar ideias e parir realizações. O individual se manifesta nas obras que no plural, como num novo formato de oração, parece exigir a imediata transformação do mundo. Salve todas as artistas!”

 

Toninho Dutra – superintendente da Funalfa

 

 

 

“Mostra a ciência médica que as mulheres têm alterações diárias em quantidade e tipos de hormônios, a cada dia de suas vidas desde a menarca até a menopausa. Enquanto nós homens temos os mesmos hormônios e quase a mesma dose deles durante toda a vida reprodutiva.  Então, a mulher pode estar com humor e temperamentos diferentes, a cada dia, enquanto os homens praticamente não sofreriam essas variações. Isso explicaria a frase sempre dita pelos homens: “não dá pra entender as mulheres” e a também dita pelas mulheres “homem é tudo igual”. Mas se só isso já justificaria a dificuldade que os homens têm de entender as mulheres, imagina entender a mulher de hoje. Mais bonita, mais cuidada, mais sensual, mais cheia de iniciativa e atitude, ocupando cargos que pertenciam aos homens e, em grande parte das vezes, com mais competência e ainda conseguindo ser mais mãe, mais e melhor amante, mais mulher. Agora é que não dá mesmo para entendê-las. Só dá pra ter a certeza de que sem elas não teria a menor graça, em todos os sentidos. Salve essa nova mulher, que até nos amedronta, mas continua sendo a nossa maior razão de tudo.”

 

Márcio Itaboray – médico

 

 

“A sociedade contemporânea confere às mulheres um novo papel no Brasil e no mundo. As últimas décadas foram marcadas por profundas transformações que impactaram na vida das mulheres. Apenas 80 anos nos separam da conquista do direito do voto feminino. A revolução sexual a partir dos anos 60 permitiu às mulheres uma progressiva e forte inserção no mercado de trabalho. Mas ainda há uma longa caminhada a percorrer. Os salários ainda são desiguais. As mulheres brasileiras embora sejam mais da metade da população ocupam apenas 9% das cadeiras na Câmara dos Deputados. A luta pelos direitos da mulher é permanente. Tem aspectos econômicos, sociais e culturais. Neste 8 de março é hora de reavivar a chama e fortalecer o papel da mulher na sociedade brasileira.”

 

Marcus Pestana – deputado

 

 

“Mulheres existem para serem amadas. Todas. Todos os dias. Da criança favelada à deusa de papel das borracharias, das vítimas da guerra às ‘playmates’ voluptuosas, das lolitas fascinantes às trabalhadoras braçais. A poesia também está na senhora barriguda com uma criança em cada braço, a esmolar com seus dois únicos dentes, em patética versão da Mãe Coragem! Elas estão aí, pelas ruas centrais da metrópole, à mercê das promessas e do círculo vicioso da indigência. Anônimas e anômalas, como chaga, mas renascendo todos os dias na lixeira dos sonhos que se dissolvem como flocos de neve e as melhores intenções. Mãe Coragem, sem Deus e sem glamour. No recôndito do coração, guardo com a mais profunda paixão bergmaniana o louvor pelo mistério de suas almas. Em meu desassossego, um rosto de mulher é enigma que desafia e templo onde mergulho. Entregue ao seu Reino.”

Geraldo Muanis – jornalista

 

 

 

“Durante séculos elas se guardaram. Embora tivessem as rédeas do poder da sedução mostravam-se como um instrumento de paz e sabedoria. Hoje, elas estão tirando os diáfanos mantos da fantasia para vestirem as armaduras de guerreiras. À frente do nosso tempo elas ocupam lugares de destaque usando a sabedoria armazenada ao longo de gerações. A celebração do Dia Internacional da Mulher não fica restrita ao dia 8 de março. Todo o dia se celebra esta companheira, mãe e mestra. Salve esta invenção que guarda em seu interior a máquina de fazer novas gerações educando-as para um mundo melhor.”

 

José Luiz Ribeiro – diretor de teatro

 

 

 

“A presença das mulheres nos cursos de medicina somente foi autorizada em 1879 e a gaúcha Rita Lobato foi a primeira mulher a se formar no Brasil, na Escola de Medicina da Bahia. Como médico e professor, tenho a feliz e grata oportunidade de testemunhar o grande número de mulheres que se dedicam hoje aos cursos na área da saúde. Com grande dedicação e brilhantismo, elas já são maioria. Mulher, esposa, mãe, muitas vezes mãe e pai, dona de casa, estudante, trabalhadora, empresária, advogada, enfermeira, engenheira, médica… Só mesmo sendo Mulher!!!”

 

Ricardo Campello – médico

Cesar Romero

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