Homem atropelado por trem é identificado; legista explica procedimento
Vítima é natural de Juiz de Fora; caso aconteceu na manhã de segunda-feira
A Polícia Civil informou, na tarde desta terça-feira (27), que o corpo do homem atropelado por um trem na manhã de segunda-feira (26) foi identificado. De acordo com a instituição, a vítima é natural de Juiz de Fora e teria 59 anos, além de viver em situação de rua e sem familiares. A identificação foi feita pela equipe de abordagem do Serviço Social da Prefeitura.
Cristiano Lanziotti Fontes, médico legista da Polícia Civil de Minas Gerais e médico perito da Polícia Civil de São Paulo, explica como funciona o procedimento de identificação. “Primeiramente, é necessário descobrir se a pessoa possui algum documento de identidade com ela ou se existe algum familiar que reconheça. Se ela estiver muito desfigurada devido ao motivo da morte – como em um atropelamento por trem -, a primeira etapa para tentar identificar é por impressão digital colhida no corpo (papiloscopia). Isso também depende do estado da vítima”, esclarece.
Quando não é possível realizar a papiloscopia, a tentativa é feita pela documentação odontológica. “As informações de um possível tratamento odontológico prévio são casadas com a arcada dentária do corpo, especialmente se tiver feito radiografia.” Se ainda assim não houver resultado, a equipe testa pelo DNA. “É um método que demora pelo tempo de análise e pela necessidade de um familiar para comparar ao material genético da vítima”, conta.
Banco de dados para pessoas desaparecidas
No caso de pessoas desaparecidas, os médicos procuram nos bancos de dados. “Quando alguém faz uma queixa de desaparecimento em Minas Gerais, as características da pessoa são cadastradas, especialmente sinais particulares – como cicatrizes e tatuagens. Os dados são cruzados com registros da Polícia Civil para buscar familiares. Enquanto não é identificado, o corpo permanece no Instituto Médico Legal (IML). Caso não seja identificado, posteriormente pode ser classificado como desconhecido e colocado em uma cova específica, geralmente no cemitério municipal. Ganha um número de identificação até que, no futuro, alguém possivelmente apareça procurando o corpo.”
Conforme Cristiano, o corpo geralmente é mantido na geladeira para se manter preservado para a realização dos procedimentos. Em relação a um possível limite de tempo para que ele permaneça no Posto Médico Legal (PML), o legista e perito destaca que não há um específico, já que cada caso tem suas particularidades.
estagiário sob supervisão da editora Fabíola Costa.