‘Tuesday’ estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta
Primeiro longa de Daina O. Pusic fala sobre o luto, utilizando-se de recursos do realismo fantástico em sua trama
Nesta semana, estreia, nos cinemas brasileiros, o primeiro longa-metragem de Daina O. Pusic, o filme “Tuesday: o último abraço”. A produção, assinada pela A24 e que conta com distribuição nacional da Paris Filmes, usa da fantasia para falar de um tema delicado: a perda de uma filha e o processo do luto. O elenco traz Julia Louis-Dreyfus, Lola Petticrew, Arinzé Kene, Leah Harvey, Ellie James, Taru Devani e Jay Simpson.
“Tuesday” traz a história de Zora, uma mãe que lida com o tratamento de sua filha, Tuesday, que apresenta uma doença terminal. A mulher muda sua rotina para se adaptar à condição da filha, que precisa de cuidados especiais. Mesmo sem emprego, ela precisa pagar uma cuidadora que fica com a menina em casa.
Uma arara vermelha representa a morte e aparece na casa para buscar Tuesday. Ela chega a conversar com o animal, cuida dele, e ainda consegue alguns minutos de vida para ficar com a mãe. Mas Zora, ao encontrar a arara, tentar fazer o possível para defender sua filha da morte, independente do que isso pode gerar a ela. A própria Tuesday parece entender seu destino. Mas é sua mãe quem não aceita e luta por isso, e recebe o consolo de sua própria filha.
Apesar de abordar um tema delicado, “Tuesday” consegue encontrar brechas para os alívios, a partir, sobretudo, de Zora, que, mesmo na dramaticidade, consegue incrementar no roteiro pequenos momentos de piadas. Isso diz muito sobre o processo de luto e o encaminhamento da própria vida nesses momentos. Ela é interpretada por Julia Louis-Dreyfus, que, no currículo, não tem tanto filme de drama. E está aí também a surpresa.
Já Lola Petticrew interpreta Tuesday e apresenta momentos profundos com a morte, que, por sua vez, recebe a voz de Arinzé Kene, com uma alteração digital que a deixa ainda mais dramática.
Assista ao trailer de “Tuesday”:
Realismo fantástico em ‘Tuesday’
O filme todo usa muito do realismo fantástico e da fantasia para abordar esse tema – e isso tem sido uma aposta inclusive do estúdio A24. É interessante perceber que a literatura, principalmente, se utiliza muito desta técnica em seus enredos e, nos filmes, quando ganham vida e cor, é uma saída para elaborar assuntos difíceis de serem palpados.
E também não é a primeira vez que a estreante Daina O. Pusic fala sobre morte e luto. Em um curta anterior, “The beast”, filha e mãe também são protagonistas. Mas, nele, é a mãe que está doente. Elas também são visitadas por um animal, mas, no caso, um morcego. No curta, as relações são ainda mais profundas e tensas. Já em “Tuesday”, a ternura predomina.