A atualização da InteligĂȘncia Artificial, motivo de discussĂŁo em vĂĄrias instĂąncias, chega ao espaço polĂtico como uma nova oportunidade e, ao mesmo tempo, de risco. O cientista polĂtico Paulo Roberto Figueira nĂŁo esconde sua preocupação com o uso da ferramenta para fins nĂŁo republicanos. Em entrevista Ă RĂĄdio TransamĂ©rica, no programa “Tribuna no Ar”, ele destacou que hĂĄ um grande risco que essa seja a primeira eleição com uma sofisticação tecnolĂłgica que posse levar a um processo eleitoral inundado por informaçÔes falsas e difĂceis de serem identificadas. “Estamos diante de um cenĂĄrio em que a linha fina que separa o que Ă© uma mentira ou que Ă© uma verdade fica ainda mais difĂcil de identificar do que em outros perĂodos”, alertou.
InteligĂȘncia Artificial pode ter influĂȘncia na definição do voto
O professor Paulo Roberto observa que nĂŁo Ă© novidade o uso da mentira como ferramenta eleitoral, mas chamou a atenção para a possibilidade de manipulação de imagens e sons para milhĂ”es de pessoas que usam as redes sociais. Tal fato pode influenciar na sua decisĂŁo. Ele aposta no trabalho da Justiça Eleitoral, “mas hĂĄ uma zona de incerteza em torno de tal eficĂĄcia.
Regular não é censura e nem é para impedir a circulação de informação
Como muitos observadores, Paulo Roberto Figueira acompanha os debates que tratam da regulação, a qual considera inevitĂĄvel. “No mundo inteiro a discussĂŁo Ă© como impedir que um oligopĂłlio transnacional, concentrado em pouquĂssimas empresas, se apodere de informaçÔes que as pessoas utilizam sem qualquer controle. A ideia de regular nĂŁo Ă© censurar, nĂŁo Ă© impedir a circulação de informaçÔes. O propĂłsito Ă© nĂŁo deixar que variĂĄveis que vamos deixando em nossas navegaçÔes em rede sejam usadas polĂtica e economicamente por um conjunto de empresas sem controle, Ă revelia dos interesses da sociedade.”