Juiz-forano de 8 anos passa em teste para a base do Fluminense
Menino muda para o Rio de Janeiro com a família por sonho de ser jogador profissional de futebol
As categorias de base do Fluminense, em Xerém, em Duque de Caxias (RJ), receberão um talento de Juiz de Fora ainda em janeiro. O jovem Lucas Oliveira, de apenas 8 anos, foi aprovado em um teste para integrar um dos principais centros de formação de jogadores de futebol do Brasil e vai passar a treinar na fábrica de atletas tricolor. Garoto que chama a atenção pela qualidade técnica precoce, Lucas já está com as malas prontas para se mudar juntamente com sua família para o Rio de Janeiro pelo sonho de se tornar jogador profissional.
A aptidão do menino para o futebol vem “desde quando saiu da barriga”, como brinca a mãe dele, Luzia Oliveira. Como ela conta, desde que Lucas deu os primeiros passos, ele já se interessou pelo esporte. Após passar a treinar no Batata Bowl, em Juiz de Fora, e no Nacional de Visconde do Rio Branco, o garoto começou a fazer avaliações em grandes clubes brasileiros.
Em seletivas no Vasco e no Atlético Mineiro, o juiz-forano passou para a segunda fase, mas não conseguiu a aprovação para integrar as categorias de base. No tricolor carioca, no entanto, o talento dele foi reconhecido. “Ele foi aprovado em dezembro. Como (os times da base) entraram de férias, ele vai se apresentar entre o final de janeiro e o início de fevereiro no clube, mas já para treinar na base, no sub-9”, conta Luzia.
A aprovação no gigante carioca, por si só, é motivo de muita comemoração da mãe. “Na hora em que aparece o resultado final da aprovação, o corpo até arrepia. No último dia de teste, tinha uns 120 meninos e ele foi selecionado entre os poucos aprovados”, lembra. “É uma emoção sem tamanho, porque ele está muito feliz. Vê-lo realizado me realiza também. Sei que ele é muito novo, tem muita coisa pela frente ainda, mas a felicidade dele para mim é o que importa”.
Talento acima da média
Coordenador da Escola de Futebol Batata Bowl, Luiz Freitas acompanha o desenvolvimento de Lucas Oliveira há cerca de três anos. Segundo ele, desde o início já era possível notar o talento do garoto. “O Lucas sempre foi diferente, sempre treinou com alunos mais velhos do que ele e já se destacava. Por isso a gente começou a vislumbrar essas oportunidades para ele em um clube de futebol”, relata. “Ele é muito rápido, pensa um pouco à frente dos outros, é ambidestro. Ele consegue, mesmo com a pouca idade, jogar com ambas as pernas. Isso é um diferencial enorme para quem pretende ser jogador, além de ser muito dedicado”, avalia Luiz.
Para o treinador, o menino deve se preocupar em aproveitar a experiência no Fluminense, independentemente de vingar ou não nas categorias de base do tricolor. “O futebol está cada vez mais precoce. Ele vai fazer 9 anos neste ano e já está indo para o Fluminense. Vou conversar e orientar para ele curtir o processo. Aproveitar todos os treinamentos, os jogos, as viagens. Se lá na frente não der certo, ele curtiu o momento, aproveitou e foi feliz. É curtir cada momento no Fluminense”, reflete.
Mudança de rotina em família
A aprovação no Fluminense vai mudar não só o destino de Lucas, mas de toda a família do garoto. Isso porque o jovem atleta, juntamente com a mãe, Luzia, e com o irmão, Gustavo, vão passar a morar no Rio de Janeiro para que Lucas possa perseguir o sonho de ser jogador profissional. “Estou largando meu emprego, mudando a escola dele… A rotina da família virou de cabeça para baixo. Estamos largando tudo para poder nos dedicar a esse sonho dele, ao que ele ama, que é jogar futebol”, afirma a mãe.
Apesar de lembrar que o trajeto até alcançar o profissionalismo no futebol é longo, Luzia admite que também tem esperanças de que o filho consiga alcançar o objetivo sonhado. “Com certeza a gente sonha em realizar o objetivo dele, mas a gente sempre fala para manter os pés no chão, sem se empolgar, porque sabemos como é a questão do futebol. Só a gente sabe o que a gente passou para chegar onde a gente está, e o meu maior foco mesmo é ver a felicidade dele, vê-lo realizado, feliz e brilhando, se Deus quiser”, confia.