Parque Estadual do Ibitipoca é o 2º mais visitado de Minas em 2023; veja os mais populares
Unidade, que completou 50 anos em julho, recebeu 80 mil visitantes ao longo do ano passado; conheça outras unidades de conservação como opção de lazer nas férias
Com 80 mil visitantes, o Parque Estadual do Ibitipoca alcançou a quarta posição entre as Unidades de Conservação (UCs) estaduais mais visitadas de Minas Gerais em 2023. Entre os parques estaduais, o localizado na Zona da Mata se destacou como o segundo mais visitado, ficando atrás apenas do Parque Estadual Serra do Rola Moça, localizado em Belo Horizonte. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (12) pela Agência Minas com base nos dados do Painel de Indicadores do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema). Ao todo, 860 mil pessoas passaram pelas 35 unidades que realizaram controle de visitação em Minas, sendo parques estaduais, áreas de proteção ambiental e monumentos naturais. O número é o maior já registrado nos últimos quatro anos.
As belas paisagens cercadas por cachoeiras e com mares de morro como pano de fundo tem atraído cada vez mais mineiros e turistas que buscam passeios que incluam atividades ao ar livre. O recorde de visitas em 2023 representa um aumento de 45,76% em relação a 2022, quando foram registradas 590 mil visitas, e ressaltam ainda mais a importância das políticas de conservação. Hoje, 95 UCs estão sob gestão do Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF-MG), sendo que 23 delas possuem estrutura adequada para receber turistas.
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Muitas se destacam pela grande beleza e relevância ecológica e foram criadas com a finalidade de preservar recursos hídricos como mananciais, veredas e cachoeiras, além das formações geológicas e geomorfológicas como cavernas, cânions e picos. As unidades ainda podem proteger o patrimônio cultural, histórico, paleontológico e arqueológico, a fauna e flora nativas, especialmente as espécies ameaçadas de extinção, e contribuir com pesquisas científicas, educação, interpretação ambiental e turismo de natureza.
No entanto, nem todas unidades de conservação estão abertas ao público, algumas só podem ser acessadas em caso de pesquisas científicas e depende de autorização prévia do órgão. A visitação nas unidades de conservação está sujeita às normas e restrições estabelecidas em seu Plano de Manejo ou pelo IEF.
Investimento em 2024
De acordo com dados da Gerência de Planejamento e Orçamento (GPO) do IEF, em 2023 foram investidos R$ 70.332.142,44 nas Unidades de Conservação, incluindo melhorias, regularização fundiária, custeios, folha pessoal e contratação de brigadistas temporários. A previsão para 2024 é de que os investimentos cresçam em aproximadamente 10,60%, podendo chegar a R$ 77.788.169,28. Depois da pandemia, a busca por passeios que proporcionam um contato maior com a natureza aumentou e, para a diretora de Unidades de Conservação, Letícia Horta Vilas Boas, isso fica claro com os dados de visitação.
“Houve um aumento de mais de 275 mil visitantes entre 2022 e 2023. Tal fato é fomentado pelo Programa de Concessão de Parques Estaduais (Parc), à implantação de estruturas de uso público e fortalecimento da gestão do IEF, oportunizada por parcerias com instituições como o Funbio (Fundo Brasileiro para a Biodiversidade), por meio do Projeto Copaíbas, por exemplo, e a aplicação de recursos de compensações ambientais, em especial a compensação minerária”, diz.
Segundo Letícia, a inovação nos processos de elaboração dos planos de manejo, com a escuta das comunidades localizadas no interior das unidades, por meio de Consultas Livres Prévias e Informadas (CLPI), permitirá uma gestão ainda mais colaborativa e inclusiva no território de inserção dessas áreas protegidas. “Tal ação repercute decisivamente na forma como essas unidades são percebidas, também pelo seu entorno, como importantes focos de prestação de serviços ambientais. Em 2024, vamos priorizar a utilização de ferramentas de gestão como o Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC), Sistema de Analise e Monitoramento de Gestão (SAMGe), Painel de Indicadores do Sisema e demais sistemas em fase de planejamento”, detalha.
Confira as unidades mais visitadas em 2023:
1º – APA Parque Fernão Dias – 140 mil visitas
2º – MNE Serra da Piedade – 120 mil
3º – PE Serra do Rola Moça – 100 mil
4º – PE Ibitipoca – 80 mil
5º – PE Serra Nova e Talhado – 70 mil
6º – MN Peter Lund – 50 mil
7º – PE Sumidouro – 40 mil
8º – PE Rio Doce – 30 mil
9º – MN Várzea do Lageado – 30 mil
10º – PE Lapa Grande – 20 mil
Parque Estadual do Ibitipoca
Em julho do ano passado, o Parque Estadual do Ibitipoca comemorou 50 anos de existência. Localizado na Serra do Ibitipoca, uma ramificação da Serra da Mantiqueira, o Parque Estadual do Ibitipoca tem uma grande quantidade de grutas, além de córregos e riachos que formam atrativos como piscinas naturais e cachoeiras. A unidade está aberta para visitação de terça a domingo, incluindo feriados, das 7h às 17h. O valor da entrada é R$ 25 durante a semana e R$ 30 aos finais de semana e feriados.
“Neste período de férias, queremos receber visitantes para curtirem trilhas, picos, cavernas e cachoeiras. Nesta época do ano, as inúmeras quedas d’água, poços e lagos são as principais atrações, com banhos refrescantes na água dourada do Rio do Salto e Rio Vermelho. O parque é um convite para se conectar com a natureza e ajudar a protegê-la”, destacou a gestora da unidade Clarice Silva.
O Parque Estadual do Ibitipoca foi uma das primeiras unidades de conservação mineiras a ter o processo de concessão concluído. O ex-presidente e conselheiro da Diretoria da Associação dos Moradores e Amigos de Ibitipoca (Amai), Newton da Silveira Diniz, enxerga o fortalecimento da gestão e proteção do parque como algo positivo para a comunidade ao entorno. “Temos uma visitação organizada, o que alavanca o potencial turístico da região. O parque é muito importante para nós e para a proteção ambiental de toda essa beleza natural”, diz.