Pista de skate do Poço Rico deve ficar pronta em janeiro
Aparelho chega em fase final de construção; PAC segue como ponto de encontro de skatistas mesmo com retirada da pista
A primeira pista de skate de Juiz de Fora, construída no ano de 2000 na Praça Antônio Carlos, foi demolida em 2022, com a promessa da confecção de uma nova ao lado do Viaduto Augusto Franco, Bairro Poço Rico, Zona Sudeste, que, segundo a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), tem previsão de entrega para janeiro de 2024. Enquanto isso, a PAC segue como ponto de encontro de skatistas da cidade, que até mesmo elogiam o piso do local.
A nova pista de skate do Poço Rico tinha como previsão de entrega, inicialmente, 2022, mesmo ano da remoção do aparelho da PAC. Porém, a ordem de serviço para a construção foi publicada no dia 4 de junho deste ano. Brunner Lopes, fundador da Associação Juizforana de Skate (AJS), vem acompanhando a confecção da pista e relata que a maior parte da obra está concluída. “A gente já fez algumas vistorias na obra, e ela está bem adiantada. A previsão, segundo o construtor, é de entregar em fevereiro. Já foi feita a concretagem principal, e agora está em fase de acabamento”, afirma Brunner, com uma previsão diferente da informada pela PJF à Tribuna.
A pista foi projetada por um arquiteto especialista em obras do tipo, que foi contratado por meio de uma parceria com a Rio Ramp Design e com a participação da AJS, segundo a associação. Por conta disso, Brunner entende que a nova pista será a realização de um sonho para os skatistas. “Como o projeto foi feito por quem entende de skate, a pista tá ficando perfeita. Vai ser a realização de um grande sonho de gerações de skatistas, porque a gente estava precisando de uma pista realmente boa. Tem a pista do lado do Bairro Linhares, mas essa vai ser um pouquinho diferente e muito boa”, afirma.
PAC segue como ponto de encontro
Mesmo após a retirada da pista de skate da Praça Antônio Carlos, os skatistas da cidade seguem frequentando o local. A reportagem da Tribuna foi até a PAC para conversar com os esportistas na praça e compreender os motivos para seguirem ocupando o espaço. Para um skatista, que preferiu não se identificar, a PAC se tornou um local melhor para andar de skate após a reforma, mesmo com a retirada da pista. “A PAC vai continuar sendo um lugar que os skatistas irão frequentar mesmo com a pista (no Poço Rico). A gente segue andando na PAC não é porque tirou aquela pista, pelo contrário, é porque esse lugar ficou bom para andar de skate, ficou um lugar ‘skatável'”, afirma.
O skatista também entende que a mudança do local da pista para o Poço Rico será positiva para os skatistas. “(A nova pista) não ficou distante, e a daqui não era tão boa quanto a que vai ser lá. Lá será muito melhor, terá mais obstáculos que a antiga”, relata, antes de afirmar que acredita que a pista de skate é também um ponto de encontro dos praticantes, mas não é fundamental para a prática, já que o esporte é oriundo das ruas. “O skate começou na rua, vai continuar na rua, e a pista serve mais para reunir a galera. Por isso que vai ser bom a pista no Poço Rico, vai se tornar mais um ponto de encontro dos skatistas. A pista sempre serviu muito para isso, tanto para praticar quanto para treinar, para aprender novas manobras, e depois colocar isso em prática na rua”, diz.
Já Brunner Lopes também acredita que a retirada da pista tornou a PAC um local mais apropriado para a prática de skate. “O skate surgiu antes do advento das pistas. As pistas surgiram ali na década de 70, mas o skate já vem desde a década de 50, com os primeiros skatistas descendo as ladeiras, no downhill. O skate no espaço urbano é a essência do esporte, que não surgiu para ser praticado somente em pistas. E o skatista precisa somente do chão liso. Então o piso da Praça Antônio Carlos é perfeito, é liso, tanto quanto o de uma pista de skate”, afirma.
Apesar de reconhecer que a retirada da pista transformou a PAC num local mais adequado para a prática do skate, Brunner lamenta a demolição do aparelho. “Apesar de ser só uma mini rampa, ela era muito querida pelos skatistas. Em contrapartida, ganhamos uma pista maior”, pondera.
Gabriel Uehara é skatista e organiza encontros de skatistas em Juiz de Fora. Para ele, a retirada da pista também não significa o fim da ocupação da PAC, e a ampliação do espaço é benéfica para a população. “Eu vim de outra cidade e sempre foi notória a história da PAC com a cultura do skate, com a pista, como ponto de encontro da galera do skate e de outros movimentos socioculturais também”, diz.
“A revitalização da PAC não apagou o fato de continuar sendo o ponto de encontro, até porque a ideia de ocupar praças públicas é muito forte no skate, porém é legal ressaltar que essa nova praça abriu o leque para que a população também ocupasse esse espaço ainda mais. É essencial para uma cidade que tenha esses espaços de convívio público, para que todos tenhamos trocas com o entorno”, completa Gabriel.