Demissão silenciosa: conheça esta nova tendência entre profissionais

Há uma série de razões pelas quais os profissionais podem optar por esta rota. Talvez eles estejam se sentindo sobrecarregados pela carga de trabalho, ou lutando contra o estresse e a ansiedade. Outro fator pode ser a insatisfação com o ambiente, quando um colaborador simplesmente sente que não têm uma voz na empresa, ou que não está sendo valorizado como deveria.

Por Marcelle Larcher

Durante muito tempo profissionais se denominaram workaholics com orgulho, entregando tudo de si em suas atividades, muitas vezes, sem se desconectar daquilo em nenhum momento. A demissão silenciosa é uma tendência que chega em total contrapartida a essa ideia. Você conhece este termo? Sabe o que ele significa?

O assunto, que até mesmo virou  trend no Tik Tok, traz em pauta um profissional que cumpre o combinado, se propondo a não realizar nada a mais e nem menos, ou seja, faz apenas o básico para que não seja demitido.

Qual o impacto desse comportamento diante de um mercado dinâmico, competitivo e que exige pessoas engajadas para os desafios? Por que o Quiet Quitting vem ganhando espaço neste cenário, principalmente entre profissionais da Geração Z?

Vamos entender melhor o assunto? 

O que é a demissão silenciosa?

Quando falamos em Demissão Silenciosa, ou Quiet Quitting, o termo pode enganar, pois não estamos nos referimos ao ato de abandonar o emprego, nem sobre como encontrar formas de fazer isso “silenciosamente”, sem avisar.

O que está em pauta neste assunto, é o comportamento em limitar as tarefas profissionais somente ao que compete a descrição do trabalho. No dia a dia, significa realizar apenas o mínimo possível para concluir a atividade necessária, fazendo isso bem, mas sem absorver nenhum  outro esforço além do que a função atual estabelece.

Há uma série de razões pelas quais os profissionais podem optar por esta rota. Talvez eles estejam se sentindo sobrecarregados pela carga de trabalho, ou lutando contra o estresse e a ansiedade. Outro fator pode ser a insatisfação com o ambiente, quando um colaborador simplesmente sente que não têm uma voz na empresa, ou que não está sendo valorizado como deveria. 

O que o Burnout tem a ver com isso?

A Síndrome de Burnout, também conhecida como a Síndrome do Esgotamento Profissional é um distúrbio emocional causado pelo excesso de trabalho, muito comum em profissionais que atuam diariamente sob pressão, com muita competitividade e/ou responsabilidades constantes.

Como mencionado anteriormente, a tendência da demissão silenciosa está atrelada justamente em operar fazendo o mínimo necessário para manter-se empregado. E há uma série de razões pelas quais isto vem ganhando destaque, principalmente com as gerações mais atuais. 

Se contrapondo ao comportamento workaholic, as novas gerações já não desejam compactuar com pensamentos como “trabalhe enquanto eles dormem” e evitar o Burnout é um dos motivos que contribuem para isso. 

O desejo de equilibrar trabalho e vida pessoal, vem dessa cultura da normalização do cansaço e da sobrecarga de trabalho. As pessoas estão cansadas de trabalhar longas horas e sentem que nunca têm tempo para si mesmas, nem controle sobre suas vidas. 

Por isso o caminho da demissão silenciosa é visto como uma forma de evitá-lo, visto que trabalhando por menos horas e fazendo apenas o necessário, é menos provável que este profissional experimente um esgotamento. 

Como lidar com a demissão silenciosa em relação ao mercado de trabalho

O esgotamento é um perigo muito real no mundo de hoje e os reflexos da pandemia ainda contribuem muito para o aumento do índice de burnout e outros problemas como depressão, ansiedade e o sentimento de falta de controle sobre a vida.

Mas embora esta tendência da demissão silenciosa possa estar se tornando uma boa alternativa para os profissionais, às vezes, ela pode ser vista como uma coisa negativa pelas empresas. Afinal de contas, a diminuição da produtividade nunca é uma boa notícia.

Se você está se sentindo sobrecarregado por seu trabalho e não consegue ver uma saída, levar um feedback disso para a liderança/gestão pode ser uma opção. As organizações hoje possuem uma estrutura de gestão de pessoas cada vez mais consolidada e é muito provável que exista uma abertura para o diálogo e ajustes necessários.

MARCELLE GERACAO

 

 

Marcelle Larcher

Marcelle Larcher

Marcelle é Especialista em Gestão Comportamental. Atua como Sócia e Diretora Executiva do Grupo Larch. Graduada em Psicologia e Pedagogia, MBA em Gestão Empresarial, possui Especialização em Gestão Estratégica de Pessoas e é Analista Comportamental DISC Profiler. Mentora de Líderes, possui mais de 800 hs de desenvolvimento pessoal e carreira com empresários e gestores. Empresária, empreendedora e gestora no setor educacional e organizacional, Marcelle tem mais de 15 anos de experiência em Educação Executiva, e 29 anos de mercado.

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