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Por Cesar Romero

WhatsApp Image 2022 03 10 at 12.49.36 e1647040878546Transtorno de Jogos Eletrônicos, uma discussão urgente

Desde 2017 existe uma discussão em torno da inclusão na Classificação Internacional de Doenças (CID) do Transtorno de Jogos Eletrônicos, e esta inclusão foi feita agora em 2022. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece como critério de diagnóstico um padrão de comportamento persistente que envolve dificuldade de controle do impulso de jogar e uma priorização cada vez maior que o jogo ocupa na vida da pessoa. Quanto maior o espaço destinado ao jogo maior o prejuízo social, familiar, educacional e profissional que esse padrão de comportamento pode ocasionar.

O grande impacto do consumo de tecnologias, principalmente de jogos eletrônicos no cérebro, está relacionado como o sistema de recompensa se estrutura, regulando a quantidade de dopamina que é liberada como consequência de algumas atividades. O que pode ocasionar um aumento da dependência, pois a dopamina está ligada a uma produção da sensação de bem-estar. Então, quanto maior o nível de dopamina maior a sensação de bem-estar, logo maior a dependência desta tecnologia.

O maior desafio para diagnosticar o transtorno dos jogos eletrônicos envolve uma diferenciação: estabelecer o que seria um padrão de consumo saudável e o que seria um padrão de consumo patológico. Quanto maior o nível de prejuízo e a dificuldade da pessoa em perceber esse prejuízo e mudar esse padrão de comportamento, maior o risco para as pessoas em geral.

Estudos indicam várias possibilidades. Primeiro, prejuízo e desregulação desse sistema de recompensa que pode ocasionar, no caso de uma criança ou um adolescente, prejuízos no desenvolvimento e engajamento em projetos de longo prazo. Alguns autores ressaltam a correlação importante entre dependência de tecnologia de uma forma geral e psicopatologias como ansiedade e depressão.

É fundamental que os pais controlem o tempo de tela porque passamos por um período de uma crise pandêmica global que trouxe uma distorção. O tempo de jogos, o tempo de tela, o tempo de mídias de uma forma geral foi liberado, até por falta de opção. Agora vivemos o movimento inverso, de tentar estabelecer um controle para que essas crianças possam se engajar em outras atividades para além das atividades digitais e ‘online’.

(Carlos Eduardo Pereira é professor de psicologia da Estácio e leitor convidado)

Cesar Romero

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