Entender para amar
“Podemos falar mil palavras de afeto, mas, se elas não forem corroboradas por nossas atitudes, nenhum passo foi dado nas trilhas do Cristo”
“Quando eu era menino, pensava como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor” (Coríntios 13:1-13).
Na instrução de Paulo, o Apóstolo, aos seus amigos da cidade de Corinto, podemos retirar inúmeros ensinamentos evangélicos para a instrução de nossa vida cotidiana.
Aqui destacamos a atenção da leitura do trecho da Carta para o reconhecimento das etapas que se passam em nossa vida individual. Primeiro somos crianças e, depois, adultos. Significa que, para a nossa própria felicidade e posicionamento no mundo, é necessário estar em sintonia com o tempo presente, o momento vivente. Pois, quando infantis, nada é por nós conhecido. Com a maturidade, os enigmas de então vão sendo dissipados, na medida em que nos posicionamos devidamente diante do espelho da existência, ou seja, que nos vejamos à própria imagem de maneira crítica, como ensina Allan Kardec no Evangelho: “Que pensaria eu, se visse alguém fazendo o que faço?”.
Uma das graves insensatezes humanas é ver o erro, a falha e julgar sempre o outro, e pouco ou nunca analisar o próprio íntimo. Para julgar-se a si mesmo, é preciso ver o mais particular interior, como por um espelho, considerando-se como outra pessoa, refletindo sobre as próprias ações. Aí está o cerne da afirmativa de Paulo, o Apóstolo, “então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente como também sou plenamente conhecido”. E o que nos torna conhecidos são as atitudes tomadas, a maneira como agimos e reagimos. Podemos falar mil palavras de afeto, mas, se elas não forem corroboradas por nossas atitudes, nenhum passo foi dado nas trilhas do Cristo.
Seguindo as lições do grande Apóstolo encontramos o resumo: … E não tivesse amor, nada disso me aproveitaria, eu nada seria.
Paulo, o Apóstolo, e Allan Kardec, que separados por séculos trazem para a humanidade, em tempos cronológicos distintos, as verdades eternas ensinadas por Jesus, o amor e o conhecimento: verdades sem as quais não encontraremos a direção apontada por Jesus, nem mesmos seremos capazes de deixar a infância e nos vermos como adultos, prontos a começar a entender o significado de amar o próximo como a nós mesmos.
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