Bolsonaro diz que todos os brasileiros serão vacinados até o fim do ano
Presidente comemorou a marca de cem milhões de vacinas distribuídas e acordo com Fiocruz
O presidente Jair Bolsonaro fez, nesta quarta-feira (2) à noite, um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV e afirmou que o Governo irá vacinar todos os brasileiros até o fim do ano. No momento em que mais de 460 mil brasileiros já morreram, em decorrência do novo coronavírus, Bolsonaro comemorou a distribuição de 100 milhões de doses de vacinas, o crescimento de 1,2% do PIB no primeiro trimestre, mas voltou a criticar medidas de isolamento social. A aparição do presidente foi marcada por “panelaços” nas principais capitais e diversas cidades do país. Foi o nono pronunciamento do presidente desde o início da pandemia.
“Hoje alcançamos a marca de 100 milhões de doses de vacinas distribuídas a Estados e municípios. O Brasil é o quarto país que mais vacina no planeta. Este ano, todos os brasileiros que assim o desejarem serão vacinados”, disse ele, citando dados absolutos, e não proporcionais. Apenas 22,2% da população recebeu ao menos uma dose de vacina contra o novo coronavírus até hoje.
No pronunciamento, o presidente comemorou o acordo assinado entre a Fiocruz e a AstraZeneca, que permitirá a produção totalmente nacional do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), necessário para a elaboração do imunizante. “Com isso, passamos a integrar a elite de apenas cinco países que produzem vacinas contra o covid no mundo”, disse. O presidente não mencionou o “tratamento precoce” com medicamentos sem eficácia contra a Covid-19.
Bolsonaro também falou sobre a realização da Copa América no Brasil, defendida por ele desde que a competição na Argentina foi cancelada. A realização do torneio no país tem sido criticada em um momento de crise sanitária na qual médicos pedem que sejam evitadas as aglomerações.
“Seguindo o mesmo protocolo da Copa Libertadores e Eliminatórias da Copa do Mundo, aceitamos a realização, no Brasil, da Copa América. O nosso Governo joga dentro das quatro linhas da Constituição. Considera o direito de ir e vir, o direito ao trabalho, e o livre exercício de cultos religiosos inegociáveis. Todos os nossos 22 ministros consideram o bem maior de nosso povo a sua liberdade”, afirmou.
Bolsonaro destacou o pagamento de auxílio emergencial pelo Governo federal e comparou o aporte para a distribuição do benefício ao Bolsa Família. “Destinamos, em 2020, R$ 320 bilhões para o auxílio emergencial, para atender aos mais humildes. Esse montante equivale a mais de dez anos de Bolsa Família. E mais de R$ 190 bilhões para ajudar estados e municípios”, declarou.