Papel do Estado será revisto após a pandemia, dizem cientistas políticos

Por conta das circunstâncias, ele está sendo induzido a intervir na economia, mas também atua diretamente na vida das pessoas

Por Paulo Cesar Magella

Após o coronavírus vários conceitos serão mudados tanto na política, quanto na economia e também na ordem social, mas é impossível estabelecer a dimensão desse movimento ante a imprevisibilidade da própria pandemia. Na avaliação dos cientistas políticos Rubem Barboza e Fernando Perlatto, ambos da Universidade Federal de Juiz de Fora, uma das questões será o papel do Estado. Hoje, por conta das circunstâncias, ele está sendo induzido a intervir na economia, mas também atua diretamente na vida das pessoas, especialmente quando determina o seu isolamento.

Ausência de lideranças políticas e empresariais empobrece discussões

Ao participarem do programa Pequeno Expediente, da Rádio CBN Juiz de Fora, os dois professores abordaram também os cenários eleitorais ante o embate ideológico que se estabeleceu pelo mundo afora. No entendimento de ambos, é do jogo, mas no caso brasileiro apontam também para a falta de lideranças tanto na política quanto na economia. Tais personagens poderiam ter um papel mais ativo nas discussões, o que ora não ocorre, com exceção da Câmara dos Deputados, liderada pelo seu presidente, Rodrigo Maia, que têm dito um papel mais assertivo.

Vereadores mudaram por conta das eleições e não por ideologia

Rubem Barboza e Fernando Perlatto não se surpreenderam com as mudanças de partido que ocorreram na Câmara Municipal, mas entenderam que não há qualquer reflexo em termos ideológicos ou partidário. O movimento dos vereadores foi meramente de sobrevivência política, cada um olhando as suas possibilidades de reeleição, mas destacaram que a ausência do MDB e do PSDB, que elegeram prefeito e vice em 2016, é indicativo do próprio comportamento das duas legendas, que em Juiz de Fora perderam as suas principais lideranças e não fizeram qualquer renovação.

Pandemia será tema de palanque e definidora de tendências

Ambos admitem que haverá mais envolvimento ideológico nas eleições para prefeito, mas não o ponto de definir o pleito. O coronavírus será um tema recorrente no palanque, o que pode ser uma vantagem e uma desvantagem para o prefeito Antônio Almas, ora sob desgaste por conta de problemas como buracos em ruas – a despeito das ações de retomada pela Empav – e falta de recursos para tocar a máquina pública. Se ele se sair bem no combate à pandemia, estará no jogo com grande possibilidade de reeleição. Se fracassar, só vai aumentar o seu desgaste e dará munição aos concorrentes, destacaram.

Paulo Cesar Magella

Paulo Cesar Magella

Sou da primeira geração da Tribuna, onde ingressei em 1981 - ano de fundação do jornal -, já tendo exercido as funções de editor de política, editor de economia, secretário de redação e, desde 1995, editor geral. Além de jornalista, sou bacharel em Direito e Filosofia. Também sou radialista Meus hobbies são leitura, gastronomia - não como frango, pasmem - esportes (Flamengo até morrer), encontro com amigos, de preferência nos botequins. E-mail: [email protected] [email protected]

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