Fala Quem Sabe: Quarentena: reinvente-se na cozinha

Por Cesar Romero

WA0029 Celinho Vidal

Fala Quem Sabe

Quarentena: reinvente-se na cozinha

Nunca foi tão necessária em nossas vidas a famosa frase “transformar o limão em limonada”. Confesso que ando meio desesperado de saudades dos amigos e dos abraços todos, mas para que eu possa fazê-los num futuro próximo, coloquei a famosa paciência como minha palavra mãe. Mas paciência é diferente de inércia, portanto, pessoas queridas, bora sacolejar esses corpos aí e transformar os dias em delícias para devorar sozinho ou devidamente acompanhado (para os sortudos). Vocês que são incapazes de lidar com um fogão e uma panelinha, se têm uma conexão boa ou razoável de internet, já devem ter percebido que inúmeros locais de nossa cidade (e para todos os bolsos) estão entregando comidinhas deliciosas (algumas nem tanto) para deixar o pecado da gula presente em suas vidas. Abram o Instagram e descubram o que mais lhes agrada. E façam a economia girar de maneira segura. É o grande barato. Agora, se você, como eu, é chegado num corta, pica, tritura e bota para ferver, esse é o momento certo para descobrir habilidades nunca dantes navegadas. E nem precisa ler “Os Lusíadas” tampouco o livro de receitas daquele ‘chef’ famoso. É um momento de interiorizar e descobrir o que teu paladar e curiosidade são capazes de produzir. Você tem tempo para errar à vontade, só não pode faltar carinho com você e com os próximos. Vale de um pastelzinho recheado de carninha moída ou daquele queijo famoso que vai nas coxinhas, até um ‘boeuf-bourguignon’ porreta e que tem etapas a cumprir. Vai lá e faz! E monta mesa bonita, usa tudo o que tem dentro de casa (você vai ter tempo para lavar) e aproveita para descobrir que esse isolamento todo pode e vai trazer grandes descobertas. E compartilhem seus momentos felizes em ‘lockdown’.

Todos precisamos disso pra segurar essa barra.

(Celinho Vidal é ‘chef’ de cozinha e leitor convidado)

Quarentena fora de JF…

A coluna ouviu alguns leitores que estão fora da cidade, há vários anos ou temporariamente, sobre como tem sido o período da quarentena.

“Como atuo na área de saúde suplementar, minha rotina de trabalho continua intensa, porém, em ‘home office’. Tenho tentado conciliar as tarefas domésticas com o trabalho e a rotina das crianças, que passaram a ter aulas à distância. Não está sendo fácil, mas seguimos com saúde e certos de que venceremos essa dura batalha”.
Bárbara de Landa Gonçalves Levy de Souza
(advogada – Rio de Janeiro)

“Estou em casa planejando a minha campanha como candidata à presidência do CREA-RJ. Diminui o ritmo da mesma por questão de responsabilidade social”.
Iara Nagle
(engenheira – Rio de Janeiro)

“Estou fazendo a releitura de alguns livros religiosos e jogando fora toneladas de papéis velhos”.
Wagner Mendonça
(professor – Fortaleza)

“Estou em minha casa em Caraguatatuba, ao lado da filha
Nicole, que veio do Rio há três semanas. Ela está de licença para escrever a dissertação de mestrado. Fico tranquila que ela esteja comigo, me faz companhia e cozinha super bem”
Myrliane Leão
(socialite – Caraguatatuba – SP)

“Eu e o meu marido, Valério Cazzaro, estamos seguindo rigorosamente as recomendações do governo, saindo apenas uma vez na semana para compras de alimentos, mesmo porque o descumprimento das normas estabelecidas, podem gerar multa e até prisão. Os afazeres de casa me ocupam boa parte do dia, mas aproveitamos para ler, estudar, ver filmes e séries, fazendo o que é possível de exercícios físicos e tomando sol na varanda. Apesar da temperatura ainda estar fresca, a primavera nos tem proporcionado belos dias ensolarados”.
Beatriz Vieira
(guia turística – Paris)

“Em quarentena desde o dia 16 de março, estou somando funções: o trabalho de dona de casa, que eu dividia com duas diaristas estou fazendo sozinha. Tipo colocando roupa na máquina, lavando louça, arrumando casa, banheiro e fazendo quase todas as refeições que consumo. Mas isto ocupa parte do dia, nas outras horas eu leio bons livros, vejo séries e como jornalista assisto as entrevistas coletivas dos ministros, principalmente, as do ministro da Saúde, além das entrevistas dos médicos explicando detalhes do coronavírus. Enfim, ocupo meu dia e parte das minhas noites nestas multi tarefas. E torço e rezo para que esta pandemia seja contida rapidamente e a gente possa ter a nossa vida de volta”.
Leda Nagle
(jornalista – Rio de Janeiro)

“Sigo trabalhando firme nos hospitais Incor, HCor e o Sírio Libânes. Gradualmente os pacientes da nossa rotina foram transformando em leitos e vagas para os pacientes do coronavírus, mesmo que ainda em controle. Só no Hospital da Clínicas da USP estão reservados 900 leitos e, provavelmente, mais 100 ou 200 nos próximos dias para pacientes de Covid-19. É um trabalho intenso que estou envolvido. Quando chego em casa, faço todo processo de desinfecção para não contaminar nem eu e nem a minha família. Além disso, seguimos a recomendação do isolamento social, sem sair de casa. É importante respeitar e seguir a determinação, pois é a única maneira de evitar o pior. Mas seguimos em frente, por enquanto as coisas estão sob controle, mas preparados para os próximos dias que virão que não serão muito fáceis”.
Alexandre Abizaid
(cardiologista – São Paulo)

“Estou no Rio, sem sair de casa, desde o dia 20 de março, em trabalho remoto e adotando os recursos eletrônicos e os fornecedores ‘delivery’. Neste momento, trabalhando ainda mais, devido à responsabilidade da gestão dos museus da Funarj, na qual temos duas grandes frentes de trabalho. Uma para mitigar e corrigir os problemas, assim como orientar e dar segurança as equipes nestas novas experiências. Outra para pensar o futuro e garantir que possamos reabrir nossos museus”.
Douglas Fasolato
(diretor da Casa da Marquesa de Santos – Rio dê Janeiro)

“Resolvi passar a quarentena em Juiz de Fora. Além de fugir do foco no Rio de Janeiro, estou próximo da minha mãe e da família, caso ocorra alguma necessidade. Por aqui tenho seguido a rotina de leituras, exercício ao ar livre (dentro de casa), meditações e jejum”.
Lucas Malvacini
(ator)

“Com certeza, estamos frente a uma pandemia que tem preocupado a todos. Creio que não há motivo para minimizarmos a situação, porém, muito menos para entrarmos em pânico. Devemos agir com seriedade e organização. Como em qualquer outro, tal efemeridade tem produzido grande impacto econômico e nos mostrado as desigualdades sociais que assolam o país. As cidades turísticas, como Cabo Frio, têm sofrido pois não recebem visitantes há vários dias. O comércio e, principalmente, os informais têm passado dificuldades financeiras, por dependerem da venda de produtos para sustentar suas famílias. Estamos na esperança de uma rápida e eficaz solução do problema para que o mundo retorne a suas atividades habituais”.

Naninha Monteiro Vianna
(empresária – Cabo Frio)

“No momento, saí por um tempo de São Paulo e estou focada em ser ponto de apoio para minha família. Estou no confinamento com meus pais em Juiz de Fora, tentando manter a moral alta com jogos, filmes e muita conversa. É tempo de experimentar novas receitas, ler livros, que antes não tinha tempo, se voltar para dentro, se analisar, se perceber e promover a transformação do espírito. Temos que ser solidários com quem podemos. Eu acabei de me oferecer para ajudar minha sobrinha com os exercícios escolares, enquanto minha irmã Marcia segue trabalhando, fazendo um trabalho bonito na área de assistência social na Prefeitura. Outra atividade que tenho feito, são aulas ‘online’, sejam cursos para aprimorar os conhecimentos profissionais, ou aulas de ginástica guiada. E assim vou tentando ocupar o tempo e me manter em forma, aliando pensamentos positivos com força de vontade de transformar o ambiente em minha volta em um lugar de luz e esperança.
Acredito que o jogo vai virar… Vamos nos manter firmes e em breve poderemos nos abraçar novamente.”
Patrícia Teixeira
(diretora de eventos – São Paulo)

“Estou em quarentena há quase duas semanas. Por aqui o Governo decretou 28 dias de isolamento social. O meu voo que seria no próximo dia 22 segue sem data e meu visto foi prorrogado até 25 de setembro. No comércio estão funcionando as farmácias, mercadinhos e supermercados, todos com restrições e os cuidados necessários. O legal é que a população respeita a determinação. Além de ficar na minha casa assistindo Netflix, faço caminhada na praia, mantendo três metros de distância. Os locais públicos oferecem álcool em gel, as máscaras aqui também estão em falta e o álcool quando chega às prateleiras acaba rápido.”

Marcão de Paula
(‘chef’ de cozinha – Hahei Beach, na Nova Zelândia)

“O que eu mais fiz e estou fazendo neste período de confinamento é rever os meus valores, desejar um mundo melhor, trabalhar as minha fraquezas e aprimorar as minhas qualidades. Estou fazendo uma viagem dentro de mim, principalmente aqui na Europa que a tolerância e a solidariedade não existem. Estou vendo que agora os vizinhos conversam com os outros. Todos os dias, às 20h, chegamos nas janelas e nas varandas e batemos palmas para os hospitais e profissionais de saúde. Estou sentindo que as pessoas se “aproximam” das outras, mesmo estando distantes. Eu acho que esse vírus não é uma doença, é uma cura nesse mundo de aparências. As pessoas estavam muito voltadas para o exterior e esquecendo os valores. Eu acho que o planeta está agradecendo também, porque o planeta está respirando. Eu tenho pesado muito nisso, nesse desenvolvimento espiritual”.

Eleonora de Oliveira
(Aix-en-Provence – França)

“Durante 15 dias trabalhei de ‘home office’. Agora entramos de férias coletivas por dez dias. Tenho assistido algumas ‘lives’ voltadas para o varejo, como gestão de caixa em tempos de crise, além de palestras ‘on-line‘ de intermitência emocional e cursos gratuitos com profissionais de ‘coachs’ renomados. Tenho organizado tarefas de casa separado roupas para doar.
Faço atividade física todos os dias, uma hora, com acompanhamento ‘on-line’ do professor de ‘cross fit’, assisto filmes com temas motivacionais, falo com amigos do trabalho principalmente, e a família… todos os dias”.
Simone Zoqbi
(gerente de mídias – Rio)

Cesar Romero

Cesar Romero

A Tribuna de Minas não se responsabiliza por este conteúdo e pelas informações sobre os produtos/serviços promovidos nesta publicação.

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade pelo seu conteúdo é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir postagens que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.



Leia também