Blockchain: O primeiro bebê do mundo registrado com essa tecnologia é um brasileiro
O que é Blockchain?
O blockchain é um sofisticado sistema computacional, é um banco de dados. O que o faz tão importante é o fato de não ser um banco de dados convencional: o sistema funciona como um livro de registros, mas inviolável, “inderrubável” e extremamente eficiente.
Como estamos falando de um sistema de banco de dados distribuído (distributed database) e sem intermediários, precisamos de um mecanismo confiável para permitir transações diretas — ponto a ponto. Esse é papel do blockchain.
O blockchain é um sistema de registro que contém todas as transações processadas no sistema. Em tradução livre, o nome significa cadeia de blocos. Uma cadeia de blocos nada mais é do que um conjunto de informações registradas que é ligado a blocos de informações anteriores e sucessores.
Esses blocos de informações também são públicos, no sentido de que todos os nós (participantes) da rede têm acesso. Porém, quando processados, os blocos não podem ser apagados ou alterados. Além disso, novos registros só podem ser feitos mediante um processo de validação.
Esse sistema, por ser distribuído, está em milhares de computadores. Quando uma atualização (legítima) é feita, todas as cópias são sincronizadas em questão de segundos. Pode até ser que um ou outro computador suma da rede, mas isso não afetará o sistema, pois todos os outros nós ainda estão lá.
Para certificar uma informação em uma cadeia de blocos e evitar fraudes, o blockchain conta com um mecanismo chamado proof of work — prova de trabalho, em tradução direta. Trata-se de um protocolo criptográfico que valida uma transação em um computador (ou outro dispositivo) por meio da resolução de um problema matemático.
A estrutura em forma de cadeias de blocos torna o blockchain praticamente inviolável. Para conseguir adulterar algo, o invasor teria que controlar mais da metade dos nós para realizar mudanças por consenso.
A disponibilidade é outra grande vantagem. A estrutura distribuída faz o sistema continuar funcionando mesmo que um ou vários nós caiam. Quando os nós faltantes voltam à rede, eles são imediatamente atualizados.
Pensemos também na confiabilidade. Como os dados no blockchain não podem ser apagados ou alterados, temos a certeza de que as transações registradas ali são legítimas e íntegras.
Outro aspecto a se considerar é a transparência. As transações são públicas, o que significa que todos os nós podem checá-las. Os mecanismos de criptografia fazem com que os usuários do sistema não precisem ser identificados, no entanto, é perfeitamente possível vincular identidades, se necessário — esse aspecto ajuda a assegurar que somente usuários legítimos estejam participando da transação.
Uso de Blockchain no registro de bebês
A empresa norte-americana, IBM revelou essa semana que registrou o primeiro bebê do Brasil por meio de blockchain. O bebê chamado Álvaro de Medeiros Mendonça, nasceu no dia 8 de julho desse ano, no estado do Rio de Janeiro, e o processo de registro foi todo realizado por meio digital e seguindo todas as normas e procedimentos legais.
O registro de Álvaro foi feito através da rede Notary Ledgers da empresa Growth Tech, uma subsidiaria da IBM que oferece serviços cartoriais digitais usando a tecnologia de Blockchain. O projeto de registro de bebês foi um piloto que, além da plataforma da IBM, contou com a parceria do 5º Registro Civil de Pessoas Naturais da Cidade do Rio de Janeiro e da Casa de Saúde São José, onde o bebê nasceu. O projeto já estuda ampliar parcerias com outras maternidades do país.
Desde que foi criada, a tecnologia Blockchain vem sendo associada à promessa de uma revolução da forma de emitir qualquer tipo de documentação. Isso porque o sistema descentralizado traz mais segurança e rapidez às transações. Com uma ampliação da adoção de registros como o de Álvaro, dados importantes podem passar a trafegar na mesma rede, tirando a burocracia de processos como a confecção de registro de imóveis ou certidões de casamento.
Referências: Infowester; Olhar Digital