UFJF/Asepel estuda parceria para o Mineiro de base
Federação Mineira de Futebol passa a exigir, a partir de 2019, filiação no profissional para participar da segunda divisão do estadual
No último sábado (3), a equipe da UFJF/Asepel foi campeã da segunda divisão do Campeonato Mineiro sub-17. Em meio à comemoração do título, contudo, uma notícia passou a preocupar a sequência do projeto de extensão da Federal em um dos principais campeonatos de base do estado. A Diretoria de Competições da Federação Mineira de Futebol (FMF) divulgou, na última semana, que a partir de 2019 na segunda divisão, e 2020 na elite do sub-15 e do sub-17, serão permitidas as participações apenas de equipes que possuírem filiação no profissional junto à entidade ou que detenham o Certificado de Clube Formador válido, emitido pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
A alteração nos requisitos para a disputa afeta diretamente a equipe juiz-forana, que não possui condições financeiras para atender a nova demanda, como explica o diretor do projeto de futebol da Universidade, Marcelo Matta. “A Asepel é filiada, mas não como profissional. A taxa para comprar uma vaga profissional na FMF é de aproximadamente R$ 600 mil, mas parece que há uma chance de aumentar para R$ 700 mil no ano que vem. Como profissional você pode registrar os atletas, ter direitos federativos e econômicos deles, disputar outras competições como o sub-23, sub-20. Passa a ser filiado como profissional, algo que até então as disputas sub-15 e sub-17 não precisavam”, esclarece.
Se o pagamento da taxa é inviável para o projeto, pelo alto custo, uma outra possibilidade deverá ser estudada a partir da próxima semana. A saída seria organizar uma parceria com clube local. Antes disso, contudo, Matta irá se reunir com a FMF para buscar alternativas.
“Em Juiz de Fora apenas três clubes são filiados como profissionais: Tupi, Sport e Baeta. É um cenário que estamos avaliando ainda. O primeiro passo é ir na FMF na semana que vem e conversar sobre essa determinação, entender quais são as possibilidades de ter essa vaga profissional. Desta forma abrimos as chances de saídas para o projeto. Temos que decidir tudo com responsabilidade. Temos um projeto que conduz nossas decisões. Queremos ser referência na formação de jovens e formar acadêmicos para o mercado do futebol e, para isso acontecer, precisamos estar focados na visão e nas metas do projeto”, relata o professor.
Outra possibilidade, a obtenção do Certificado de Clube Formador da CBF, é ainda mais distante das capacidades do projeto. “É muito difícil, tanto é que nem todos os clubes profissionais têm. Envolve o oferecimento de escola, o amparo médico, odontológico, psicológico, social. O centro de treinamento tem que seguir algumas exigências, requer um rol muito grande. Não temos uma infraestrutura para conseguir tudo isso. E o clube que tem que oferecer, não a universidade”, assegura Matta.
A incerteza não compromete o futuro do projeto de extensão, mas influencia, na prática. “O projeto de extensão continua, mas os níveis de desafios vão ser menores e isso impacta na formação dos jovens futebolistas e dos acadêmicos. Queremos formar eles com experiências esportivas estaduais ou até em nível nacional.”
Título não garantiu acesso à elite
Apesar do título sub-17, a UFJF/Asepel não conquistou o acesso à elite mineira de base. Isto porque a segunda divisão das categorias sub-15 e sub-17 têm regulamento que prevê acesso conjunto, com a pontuação do octogonal somada nas duas categorias. Como a campanha do sub-15 local no octogonal foi finalizada com a sexta colocação, os clubes que tiveram trajetória mais equilibrada nas duas idades que subiram para a elite mineira foram o Minas Boca, o Boston City e Inter de São Gotardo.
“O título do sub-17 marca, fica para a história. Sentimos muito não ter conquistado o acesso, era a nossa primeira meta, para, no ano que vem aumentar a competitividade dos nossos jogadores. Mas sabemos que precisamos melhorar a nossa estrutura. Duas equipes que classificaram são profissionais. A do Boston investe R$ 170 mil por mês e o Minas Boca tem time profissional, é administrado por empresário. Eles têm estruturas melhores, conseguem hospedar jovens. O que nos deixa felizes é que com a nossa estrutura do campus da Universidade, a organização e sistematização do projeto conseguimos superar tudo isso. Tanto é que chegamos na última rodada do octogonal final em condições de subir. Sentimos, mas o projeto continua”, avalia Matta.
Com treinos e jogos entre fevereiro e novembro, o professor destacou a importância de uma experiência como esta a todos os envolvidos. “A campanha foi importante para a formação de todo mundo. Tivemos os jogos eliminatórios, o octogonal final, passamos pela programação de treinos, de jogos, logística, hospedagem, alimentação, transporte, relação com a FMF por questões como a de arbitragem e o pagamento de taxas. Tivemos a liderança dos treinadores, atuação dos preparadores físicos e tudo isso nos fez crescer muito. O projeto atingiu seu objetivo neste aspecto, com um calendário cheio.”
Uberabinha envolvido
A nova demanda da FMF influencia, também, a disputa da primeira divisão do Mineiro sub-15 e sub-17 a partir de 2020. A Associação Esportiva Uberabinha possui a intenção de disputar o torneio em 2019 e, com isso, em dois anos também deverá ter a filiação como profissional. Uma saída poderá ser a parceria com o Tupi. A intenção foi confirmada pelo técnico Sérgio Eduardo, o Dudu. “Ainda estamos tomando conhecimento sobre esta novidade da FMF, mas posso garantir que mantivemos contato com o Tupi para seguir com a parceria para 2019”, conta o treinador, lembrando do apoio carijó para a disputa do Mineiro deste ano em meio às dificuldades financeiras para manter a equipe com viagens, hospedagens e transporte entre os gastos.
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