Embate final

As pesquisas eleitorais já não olham mais para trás, como é comum em períodos pré-eleitorais, mas ainda não retratam o verdadeiro cenário que as urnas vão apresentar no dia 7 de outubro. O número de eleitores indecisos ainda é expressivo e com um detalhe: a maioria é formada pelo público feminino. Os analistas têm observado que as mulheres são mais criteriosas na avaliação dos candidatos e, em sua maioria, deixam a escolha para a última hora, quando já estão esgotados todos os argumentos. Ante sua definição, os homens costumam seguir o mesmo caminho.

Diante disso, o processo eleitoral ainda está aberto, mesmo com duas candidaturas – Bolsonaro e Haddad – estando à frente, uma vez que ainda há questões a serem levadas pelas ruas. É para isso que servem as entrevistas e os debates. A propaganda eleitoral funciona, mas vale mais a inserção no meio da propaganda, pois pega o telespectador de surpresa, sem ter chance de desligar o aparelho ou migrar para a TV fechada, na qual não há essa publicidade. Mas o tempo para a terceira via está se esgotando.

Na edição de domingo, a Tribuna trouxe relatos de analistas políticos e as razões para considerarem que o jogo ainda não está definido. Mas todos admitem que o processo está radicalizado entre o PT e o antipetismo, restando saber quem vai incorporar a trincheira dos dois lados. Pelo PT, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad replica o discurso do ex-presidente Lula e traz junto não apenas a simpatia, mas também a rejeição. Por sua vez, o líder, Jair Bolsonaro, embora seja a face mais explícita do antipetismo, ainda enfrenta resistência das demais candidaturas.

A semana, pois, será decisiva para jogar mais luzes no processo, mas tudo indica que só haverá uma consolidação no apagar das luzes, isto é, na semana que vem, quando haverá, inclusive, o debate de maior audiência promovido pela TV Globo. Embora as redes sociais sejam o caminho mais utilizado para a propagação de ideias, o último embate tem peso significativo na formatação do quadro eleitoral.