França ganha por 4 a 3 e elimina a Argentina da Copa
A Copa do Mundo acabou neste sábado (30) para a Argentina, Messi e o pobre futebol apresentado pela equipe. A vontade foi pouco para superar a técnica e a juventude de França logo no primeiro jogo das oitavas de final do torneio. Em Kazan, na Rússia, os europeus ganharam por 4 a 3 ao mostraram que a juventude e bom futebol coletivo valem mais do que mística, garra e a dependência de um camisa 10.
Messi na Argentina é com um oásis no deserto. Posicionado como atacante centralizado, pouco participou do jogo. A quarta Copa da carreira do camisa 10 é a que acaba mais cedo e poucos dias depois do aniversário de 31 anos do ganhador de cinco prêmios de melhor jogador do mundo. O destino dele com a camisa da seleção é incerto, ainda mais depois de um Mundial em que a seleção argentina viveu mais de tradição e menos de futebol.
A sofrida classificação para as oitavas de final da Copa havia transformado o ânimo da Argentina. A angústia pela possível eliminação precoce deu lugar ao sentimento de que só se tinha a ganhar a partir de agora na Copa. Qualquer resultado seria lucro A situação fez a cidade de Kazan ficar tomada de azul e branco, principalmente no largo calçadão principal e no centro histórico
Logo o estádio acabou dominado também. Parecia Buenos Aires. A cantoria da torcida abafou os acordes da Marselhesa e o jogo logo mostrou as diferenças de propostas. A Argentina iria na empolgação do público, nos gritos e na velha cartilha de ganhar tempo a cada bola parada e lateral. A França apostava na capacidade individual dos jogadores e no talento do jovem elenco
A paixão dos argentinos e o equilíbrio por vezes demasiado dos franceses em não jogar com intensidade fez a partida ser uma das melhores da Copa. O time de Messi vai embora nas oitavas sem poder reclamar. Jogou mal, teve formações confusas e foi para o primeiro mata-mata confiante de que ganharia somente pela garra
O futebol venceu em Kazan. A França mais técnica e por vezes acomodada a ponto de permitir a virada, deixou o recado de que tem condição de ganhar a Copa. A equipe pode ser adversária do Brasil em uma eventual semifinal.
O começo da partida mostrou uma França veloz e decidida. Logo no começo teve cobrança de falta no travessão e show de Mbappé. Veloz, o atacante de 19 anos pegou a bola do campo de defesa e só conseguiu ser detido dentro da área, com pênalti. Griezmann converteu aos 13 minutos. Parecia ser o jogo para a França finalmente se firmar no Mundial após más atuações na fase de grupos.
A Argentina ficou desnorteada. Mbappé corria em direção ao gol e só era parado com falta, enquanto Messi não aparecia. O camisa 10 foi posicionado com falso centroavante na vaga de Higuaín, mas acabou marcado demais. A França parecia ter o comando, porém pecou por não ter apetite para ampliar. Como diz a expressão francesa, pareceu blasé e acomodada.
A multidão argentina estava mais quieta quando Di María deu o primeiro chute a gol do time. Era 41 minutos do primeiro tempo quando a comodidade francesa foi encerrada pela bola certeira no ângulo para empatar. A França assumiu o risco de esperar o contra-ataque. Pagou como conta o empate.
Quando se enfrenta a Argentina, há sempre o “risco Messi”. O camisa 10 pode estar quieto, mal em campo e acertar mesmo quando erra. Foi o caso da virada. Ele chutou a gol e a bola bateu no meio do caminho em Mercado para tirar o goleiro Lloris da jogada, aos 2 minutos do segundo tempo.
A França precisava, então, ser mais “Argentina” e ter vontade. Só a técnica não bastava, era preciso correr e forçar o jogo veloz, com havia feito no primeiro tempo. O time europeu avançou e com toques rápidos marcou três gols em dez minutos: Pavard acertou o ângulo aos 12 minutos para depois Mbappé fazer aos 18 e aos 22.
O placar de 4 a 2 era o recado claro de que a França era superior. Teve chances ainda de fazer o quinto. A equipe mostrou o quanto pode ser perigosa se mantiver a intensidade e o empenho demonstrados no segundo tempo. A Argentina, no entanto, não saiu de campo derrotada. A torcida continuou a cantar no fim, em reconhecimento do quanto o esforçado e limitado time correu. Ainda sobrou um gol de Agüero nos acréscimos antes de o “adiós” da Argentina ser sacramentado.