Novo palco
Teatro entregue nesta sexta-feira à cidade é uma conquista coletiva, que levou 37 anos para se consolidar, após o primeiro passo dado pelo ex-prefeito Mello Reis
Em 1981, já na fase final de seu governo, inaugurado em 1º de janeiro de 1977, o prefeito Francisco Antônio de Mello Reis deu o sinal verde para a construção do Teatro Paschoal Carlos Magno, atrás da Igreja São Sebastião, em pleno Centro da cidade. O terreno tinha problemas por conta das rochas, mas o projeto foi adiante. Mello encerrou sua gestão no dia 31 de janeiro de 1982, mas não conseguiu concluir a obra. A crise do petróleo afetou a vida das prefeituras, e os recursos ficaram escassos. Os demais gestores fizeram ações pontuais, mas só agora, 37 anos depois, ela se consolida. A cortina sobe, e o teatro é entregue ao povo de Juiz de Fora na gestão Bruno Siqueira.
Foram muitos os que atuaram em defesa do empreendimento, mas o que vale discutir, agora, é a sua utilização. Desde a semana passada, a Tribuna tem ouvido o setor cultural de Juiz de Fora, que envolve personagens de várias frentes, muitos contemporâneos da primeira pedra, outros incorporados à vida cultural da cidade no decorrer dos anos. Há consenso sobre o projeto, mas há preocupações quanto à sua utilização. São posturas próprias do debate democrático que deve ser superado pelo modo como o Município irá tocar o projeto. Trata-se de mais um espaço e deve ser utilizado em sua plenitude por haver demanda. A despeito dos pessimistas, a arte não se perde no tempo. Ao contrário, por revelar o cotidiano em sua forma mais crua, terá sempre motivação para ser levada adiante.
Juiz de Fora é pródiga nesse aspecto, restando, porém, uma discussão permanente sobre o tema com envolvimento desses personagens. É no contraditório que se encontram saídas, sobretudo por ficar claro que o Paschoal Carlos Magno é uma conquista da cidade.