Moradores evacuam prédio no São Mateus após rachadura em parede
Apesar do susto, não houve danos à estrutura do edifício. Síndica denunciou demora na chegada de engenheiros da Defesa Civil, que trabalha com plantão 24 horas. Órgão vai apurar situação
Moradores de um prédio residencial de sete pavimentos localizado na Rua Coronel Antônio Maria de Souza Bairro, Bairro São Mateus, Zona Sul de Juiz de Fora, passaram por momentos de pânico durante a madrugada desta quinta-feira (8). Cerca de 50 pessoas precisaram evacuar o local e ficaram na rua durante a madrugada. Segundo os residentes, por volta de 1h30, eles ouviram um barulho muito alto, e o morador de um apartamento do segundo andar constatou uma rachadura horizontal em uma das paredes.
A síndica, Saula Maria dos Santos, afirmou que foi informada sobre o ocorrido e avisou aos outros moradores, que deixaram suas casas. “A primeira coisa que fizemos foi fazer contato com a Defesa Civil, e fomos informados que primeiro teríamos que acionar o Corpo de Bombeiros. Depois, em outra ligação, o atendente disse, para nosso espanto, que não tinha engenheiro no plantão, que só poderiam mandar alguém às 8h”, disse.
Segundo Saula, os Bombeiros enviaram uma equipe ao local. “Mais uma vez, foi feito contato com a Defesa Civil, desta vez, por parte dos Bombeiros. Foi informado o mesmo que para nós. Os militares disseram que não tinham competência técnica para avaliar e nos orientaram a evacuar o prédio”, comentou.
Os Bombeiros disseram, por nota, apenas que “por medida de precaução” procederam com a evacuação de todo o prédio. A assessoria de comunicação da corporação informou que houve o acionamento da Defesa Civil. ” Nosso protocolo prevê o acionamento da Defesa Civil, como foi feito. Qualquer situação que envolva o trabalho e procedimentos da Defesa Civil pode ser tratada direto com a assessoria de imprensa deles”.
O engenheiro responsável pela obra chegou ao endereço por volta de 4h, de acordo com a síndica, avaliou a parede e confirmou que não havia risco algum, já que o dano teria sido causado pela colocação mal feita de um conduíte. “Ele nos informou que não era um problema estrutural, foi um reboco que se soltou e causou o barulho. O revestimento deveria ter sido feito com argamassa, e não gesso”, comentou, acrescentando que, mesmo com a avaliação, os residentes não se sentiram seguros. Alguns ficaram na rua até por volta de 6h. Outros, segundo a síndica, foram para a casa de parentes e amigos. “Foi uma situação muito tensa, ao meu ver, um desserviço da Prefeitura. E se fosse algo mais grave?”, questionou.
Uma moradora que pediu para não ter seu nome divulgado também reclamou do serviço da Defesa Civil. “Foi um absurdo o que ocorreu. Se realmente fosse dano estrutural, estaríamos todos em risco. Como um órgão importante como a Defesa Civil não tem alguém para atender durante a madrugada”, afirmou.
Engenheiros da Prefeitura chegaram ao endereço por volta de 9h desta quinta. O engenheiro chefe do departamento de Operação Técnica da Defesa Civil, Walter de Melo, confirmou o laudo do engenheiro da obra e acrescentou que “a estrutura do prédio é muito bem feita. O problema pode ter ocorrido por causa da diferenciação térmica dos últimos períodos. Não há risco para a edificação”, disse. Walter de Melo afirmou que a Defesa Civil trabalha 24h no telefone 199 e que será apurado o que aconteceu durante a madrugada.