Juntos na campanha
Os pré-candidatos ao Governo Marcio Lacerda e Dinis Pinheiro ampliaram suas conversas e já admitem participar de um projeto comum nas eleições de outubro. Em princípio, por encontrar mais dificuldades de arregimentação, Dinis poderia se apresentar como um possível vice ou então, pela chapa, buscar uma vaga no Senado. De acordo com jornais de Belo Horizonte, a meta é somar forças: Marcio entra com o prestígio que tem na capital, e Dinis, com a forte articulação no interior com respaldo do ex-secretário de Governo nas gestões do PSDB, Danilo de Castro. Ambos, porém, sabem que o jogo está apenas começando, havendo desdobramentos em torno das parcerias, sobretudo com os tucanos, que dificilmente terão uma candidatura própria, salvo se o senador Antonio Anastasia ceder à pressão dos pares e for para o palanque como candidato.
Novas apostas
O PSDB, no entanto, não coloca suas cartas numa só mesa. Marcio Lacerda e Dinis Pinheiro continuam no seu radar, como vem sinalizando o deputado Marcus Pestana, secretário-geral do PSDB. Mas há o fator Aécio. Ninguém sabe ainda para que lado ele pretende levar o partido em Minas. Na semana passada, na Rádio CBN, ele garantiu que tomará uma decisão consensual, bem diferente de 2014, quando, monocraticamente, apostou suas fichas no candidato Pimenta da Veiga e perdeu feio. O candidato Fernando Pimentel venceu o pleito no primeiro turno, e Aécio foi derrotado no seu próprio reduto pela candidata Dilma Rousseff. Como Pestana sempre fala de modo afinado com o senador, Lacerda e Dinis também são observados pelo cacique do PSDB.
Concorrência
Ambos, porém, sofrem a concorrência do deputado Rodrigo Pacheco, que, em princípio, quer disputar o Governo pelo MDB, seu partido, mas esbarra na concorrência interna do grupo, que pretende manter a aliança com o Partido dos Trabalhadores e investir na reeleição do governador Fernando Pimentel. Se não conseguir legenda, Pacheco pode se filiar ao DEM, que já o convidou desde o ano passado, para ser o seu cabeça de chapa. E é aí que também entram os desdobramentos. Rodrigo Pacheco tem bom trânsito em vários partidos, e não haveria surpresa se os próprios tucanos, mesmo ele estando filiado ao DEM, entrassem na campanha.
Fator Aécio
A questão, porém, é o próprio Aécio. Quando surgiram as primeiras especulações apontando que ele poderia ser o padrinho da transferência de Pacheco para o DEM, o deputado foi rápido no gatilho ao dizer que é independente e sem padrinho. Mesmo gostando da ideia, pois o PSDB tem forte estrutura em Minas, ele não poderia, naquele momento, comprar o apoio de Aécio, sob o risco de ganhar junto o desgaste que o parlamentar enfrenta. Mas em política tudo é relativo, dependo dos próprios prazos. Como ainda tem pelo menos mais dois meses para se articular, o deputado pode mudar de ideia sobre as possíveis alianças. Pacheco, aliás, fala da questão Aécio na entrevista que vai ao ar, nesta quinta-feira (8), no quadro Pequeno Expediente, da Rádio CBN, às 11h05.