Só vacinados
Nesta segunda-feira, quando devolver o comando da Prefeitura para o prefeito Bruno Siqueira, que estará retornando de férias, o vice, Antônio Almas, que é médico, deverá apresentar uma sugestão colhida durante as várias reuniões que teve durante sua interinidade. Trata-se da abertura do Museu Mariano Procópio para visitantes que apresentarem cartão de vacina contra a febre amarela. O local está fechado por tempo indeterminado desde o registro de mortes de macacos contaminados pela febre. A ideia é repetir a experiência adotada no Parque de Inhotim, onde também ocorreram contaminações. O acesso é permitido aos usuários que já foram vacinados. Com isso, o local não precisa ficar totalmente interditado.
Eleição sem Lula
Embora ainda haja espaço para recursos, já está na roda a discussão sobre a eleição de outubro sem a participação direta do ex-presidente Lula. Muitos dos adversários, jogando para a plateia, enfatizaram preferir derrotá-lo nas urnas, mas em privado celebram a possibilidade de ir para os palanques sem enfrentá-lo. Os cientistas políticos têm outro olhar, uma vez que estão despidos da emoção partidária, embora também tenham suas convicções. O professor Paulo Roberto Figueira, da UFJF, considera que o pleito, num cenário sem Lula, irá se desenvolver sob o signo da imprevisibilidade. “Com ele na disputa, um trilho expressivo do eleitorado já está ocupado. Desde o segundo turno de 1989, e em todas as eleições presidenciais seguintes, Lula sempre teve apoio no mínimo de um terço do eleitorado (em alguns casos, muito mais do que isso)”, destacou.
Transferência
Lula fora da disputa, mas no palanque: qual o potencial de transferência de votos? Aí também há espaço para discussão. Para Paulo Roberto, se ele não puder participar da próxima eleição, ficam dúvidas: ele conseguirá transferir quantos desses votos para quem for seu indicado? Como se comportará uma fatia do eleitorado que é lulista, e não necessariamente petista? “A julgar pela transferência de votos dele para Dilma em 2010 e 2014, é razoável supor que ele tem condições de fazer isso novamente, mas é preciso ressalvar que o contexto atual é muito distinto do daqueles anos. De todo modo, uma liderança expressiva como a de Lula certamente terá protagonismo no jogo eleitoral de 2018. Candidato ou não, condenado ou não, solto ou preso, ele ainda é, de longe, o maior protagonista da disputa presidencial brasileira.”
Faltam líderes
Outra questão colocada à mesa é a falta de protagonistas de expressão no processo político, tanto à direita quanto à esquerda. Os nomes ora apresentados não podem ser considerados, ainda, lideranças nacionais. E quando ocorre uma situação dessa, com o possível afastamento de Lula da lista dos candidatos, o debate se volta em torno de quem serão os atores de 2018. Paulo Roberto Figueira destaca que isso é sintoma de uma falta de outras lideranças com capilaridade em todos os partidos, e não só o PT. “É sintomático que a direita não alinhada com Bolsonaro esteja até agora (e isso vai se intensificar) lançando balões de ensaio até com nomes de apresentadores de TV, por exemplo”, destacou. Sua referência é o apresentador Luciano Huck, que já disse não ser candidato, mas continua com seu nome colocado na mesa de apostas.