Estado quer trabalhar com a sociedade para combater Aedes
Secretaria de Estado de Saúde lançou campanha Com o Aedes não se brinca. Objetivo é estimular a população a adotar hábitos de prevenção. Última reportagem da série Fim da Picada fala sobre investimentos do Poder Público
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) lançou, na última terça-feira (24), a campanha Com o Aedes não se brinca, cujo objetivo é mobilizar a população para combater o Aedes aegypti, mosquito vetor da dengue, zika e chikungunya. A pasta quer incentivar a população a adotar hábitos de combate ao mosquito, já que, desde 2015, o número de casos de arboviroses tem aumentado, reforçando a necessidade de conscientização como principal meio de prevenção, visto que, ainda hoje, 90% dos criadouros do mosquito estão nas casas.
Desde que a dengue foi reconhecida como um problema de saúde pública, em meados dos anos 2000, o Poder Público deu início a ações de orientação como principal ação de combate ao Aedes aegypti. Campanhas publicitárias para estimular a prevenção ganharam espaço na mídia, mas, nos últimos anos, as medidas não foram suficientes para barrar novas epidemias de dengue e a transmissão de novas doenças pelo mosquito, como a zika, a chikungunya e a volta da febre amarela no espaço urbano.
Conforme dados da secretaria, foram registrados, de janeiro deste ano até 16 de outubro, 26.454 casos prováveis de dengue no estado, com 13 óbitos pela doença confirmados. Outros 708 casos prováveis de zika também foram contabilizados, índice muito menor que os 14.068 casos da febre durante todo o ano de 2016. A chikungunya, no entanto, tem preocupado neste ano. Durante todo o ano passado, 503 casos da doença foram registrados, contra 17.482 casos prováveis neste ano. Comparando os períodos de janeiro a setembro, o aumento foi de 4.000%. Dez óbitos já foram confirmados e outros 12 estão em investigação.
Os dados foram apresentados durante evento de lançamento da campanha Com o Aedes não se brinca em Belo Horizonte.
A problemática com relação ao número de casos ainda envolve subnotificações. Segundo a SES, a subnotificação é uma realidade, principalmente nos períodos de maior transmissão. Por meio de nota, a pasta informou que “o Estado trabalha para orientar os municípios em atividades que possam agilizar o fluxo de repasse das notificações nas unidades de saúde, contato e monitoramento com laboratórios (públicos e privados) que realizam o diagnóstico da doença e contato com as principais operadoras de saúde suplementar. Também nos momentos de maior transmissão, trabalha-se com a simplificação do preenchimento da ficha (notificação), não sendo necessária a investigação de todos os casos.”
Mobilização de crianças
Ainda conforme a secretaria, os meses entre outubro e maio compõem o período cujas condições ambientais, sociais e econômicas são mais favoráveis para o mosquito, causando alta densidade do vetor. Considerando toda a problemática envolvendo o Aedes, o Estado quer trabalhar com ações articuladas com a sociedade e vai focar na participação das crianças nas atividades de controle do mosquito, por meio de ações em escolas.
O Governo federal também está atuando no sentido de envolver as crianças no âmbito da educação. Durante esta semana, foi realizada a Semana Nacional de Mobilização dos setores de Educação, Assistência Social e Saúde para combate ao Aedes aegypti. O objetivo é alertar a população sobre a importância de combater o mosquito ainda antes da chegada do verão. Segundo o Ministério da Saúde, ao todo, serão mobilizadas 146.065 escolas da rede básica, 11.103 centros de assistência social e 53.356 unidades de saúde em todo o país.