Chamada para greve geral reĂșne manifestantes no Parque Halfeld
Em palco montado no local, artistas locais se revezavam com lĂderes de movimentos sociais e centrais sindicais
As vozes de artistas da cidade se revezaram no palco montado no Parque Halfeld com as falas de representantes das instituiçÔes envolvidas na articulação da greve geral, marcada para acontecer no prĂłximo dia 30. O ato Ă© considerado um “esquenta” para a movimentação, que pretende reunir diversas categorias de trabalhadores da cidade, como aconteceu no dia 28 de abril. Com a mĂșsica ‘A tal da beleza’, o compositor Guido Del’ Duca iniciou a noite de ‘reflexĂŁo, mĂșsica e arte’. AlĂ©m dele, o ato cultural contou com as bandas Matilda, Muamba, os mĂșsicos Luiz Carlos Ribeiro, Thiago Miranda, Joana Machado, Laura Jannuzi, LuĂsa Moreira, MC Xuxu, entre outros nomes.
Os discursos, intercalados com as apresentaçÔes, pediam a retirada do presidente Michel Temer (PMDB) do cargo e a convocação de eleiçÔes diretas, alĂ©m de reforçar o posicionamento contra as reformas trabalhista e da PrevidĂȘncia. Os participantes ressaltaram a força dos atos anteriores, que foram iniciados no dia 8 de março e seguiram na primeira greve geral em 28 de abril e na marcha dos trabalhadores em BrasĂlia, em 23 de maio. “Todos estamos nas ruas, mostrando que somos contra as reformas que retiram os direitos das classes trabalhadoras. NĂŁo podemos permitir que elas sejam aprovadas. Esperamos que, no dia 30, todos os trabalhadores estejam unidos, de braços cruzados, para dizer um basta a esse governo, que nĂŁo Ă© legĂtimo e nĂŁo tem autoridade para realizar o maior retrocesso na luta da classe trabalhadora da histĂłria desse paĂs”, disse a representante do braço regional da Central Ănica dos Trabalhadores (CUT), Aparecida de Oliveira Pinto.
Paulo Azarias, coordenador do Movimento Negro Unificado (MNU), e LaĂz Perrut, representante da Marcha das Mulheres, opinaram sobre como as reformas podem ser utilizadas para oprimir ainda mais os trabalhadores negros e as mulheres e como a perda de direitos de todos pode dificultar ainda mais as lutas de todos os coletivos e movimentos sociais. TambĂ©m foi lembrado o movimento de resistĂȘncia de militantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) em uma fazenda no municĂpio de Coronel Pacheco. De acordo com Aparecida Pinto, havia cerca de 1.800 pessoas no ato por volta das 19h desta terça-feira (20). JĂĄ LaĂz Perrut avaliou, por volta das 21h, que o movimento envolvia cerca de trĂȘs mil manifestantes.