O mosquito é o alvo


Por Tribuna

19/01/2017 às 03h00

Paulo Cesar Guimarães<

Médico infectologista e diretor da Faculdade de Medicina de Petrópolis

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“Os profissionais de saúde devem estar atentos ao diagnóstico correto sobre os vírus, na distinção entre dengue, zika e chikungunya”

O verão chegou e, com ele, o alerta necessário de que basta um pouco de água parada em casa para facilitar a proliferação do Aedes aegypti e o risco de epidemias. Se antes o problema conhecido era o mosquito ser o transmissor da dengue, hoje temos também os vírus da zika e da chikungunya para enfrentar.

Tudo fica mais preocupante ao lembrarmos que, nos verões passados, o avanço do zika vírus provocou a microcefalia em bebês, assustando gestantes e milhares de famílias. A certeza de que o mesmo mosquito era o vetor da doença veio após os estudos desenvolvidos por pesquisadores brasileiros. O esforço conjunto para a identificação da causa e da epidemia rendeu recentemente à pesquisadora Celina Turchi um lugar entre as dez cientistas mais importantes do planeta, segundo a revista britânica “Nature”.

Agora, a médica da Fiocruz em Pernambuco alerta que, mesmo com todos os nossos estudos, dificilmente teremos uma vacina contra zika antes de três ou cinco anos. Ou seja, a prevenção e o combate ao Aedes continuam sendo os remédios mais eficazes nessa luta contra a proliferação das larvas. Também devemos sempre chamar a atenção para a possível transmissão sexual do vírus da zika. Sendo assim, o uso do preservativo é fundamental.

Os profissionais de saúde devem estar atentos ao diagnóstico correto sobre os vírus, na distinção entre dengue, zika e chikungunya. Esta última é a que deve registrar mais casos em 2017, pois a maioria da população não tem, ainda, imunidade ao vírus. As dores nas articulações tornam a chikungunya uma doença incapacitante, que pode durar meses ou anos.

Um ponto importante ligado à profilaxia da dengue é a vacina Dengvaxia contra os quatro sorotipos do vírus, que deve ser aplicada de forma subcutânea, em três tomadas com intervalos de seis meses entre os mesmos. A faixa etária que pode receber a vacina é de 9 a 45 anos.

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