Aviso ao viajantes

Por Por Lucas Resende e Maria Eduarda Fernandes

O turismo no Brasil vive, há pelo menos dois anos, uma situação que, à primeira vista, parece contraditória. Por um lado, o setor sofre com a crise econômica e vê agências fecharem. Por outro, a desvalorização do real impulsionou a procura por viagens nacionais, atraiu visitantes estrangeiros e diversificou as oportunidades para pequenos e médios prestadores de serviços. Esse tipo de mercado, assim como diversos outros, tem sentido os reflexos da mudança do perfil dos consumidores, que estão cada vez mais conectados aos serviços de internet e exigentes.

Segundo dados da Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV), o mercado assiste a uma proliferação de pequenas agências que apostam em nichos, com viagens voltadas a públicos específicos, de turismo de aventura a roteiros gastronômicos ou tours para pessoas com deficiência, por exemplo. A estratégia é boa, mas de nada adianta encontrar um nicho se a empresa não estiver preparada para explorá-lo. Atualmente, 2.965 agências fazem parte da ABAV nacional. Em 2012, eram cerca de 3.500. Essa queda demonstra que o segmento apresenta muitas dificuldades operacionais, como a falta de uma logística de transporte adequada, capaz de atender a demanda com preços razoáveis, segurança e atendimento às expectativas que fidelize o cliente.

A boa notícia é que o setor de Turismo pode ser beneficiado pelo pacote de medidas econômicas lançado neste mês pelo Governo Federal. Entre as medidas anunciadas, a ampliação do crédito de R$ 90 milhões para R$ 300 milhões sobre o limite de faturamento para micro, pequenas e médias empresas, concedido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), poderá beneficiar até 90% do setor. Para as maiores empresas, um estudo encomendado pelo Ministério do Turismo e realizado pela Fundação Getúlio Vargas afirma que as 80 maiores atuantes no setor, responsáveis por um faturamento de R$ 64,6 bilhões e 115 mil postos de trabalho em todo o Brasil, apresentam perspectivas positivas até o fim desse ano. Apesar da crise econômica, o fim do ano faz o setor se posicionar fora da curva, com ótimas expectativas de demanda. Espera-se que, com a proposta de melhoria no crédito e desburocratização de serviços, não apenas dezembro, mas todos os meses de 2017 sejam melhores para o setor.

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Luciane Faquini

Luciane Faquini

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