Entenda como a rede de urgĂȘncia e emergĂȘncia se articula
Logo apĂłs o primeiro contato da população com o Samu e os Bombeiros sobre a explosĂŁo na Imbel, toda a rede de atendimento de urgĂȘncia e emergĂȘncia da cidade foi acionada, antes mesmo que se constatasse o nĂșmero ou mesmo a existĂȘncia de vĂtimas. Segundo a subsecretĂĄria de urgĂȘncia e emergĂȘncia, Adriana Fagundes, o procedimento Ă© padrĂŁo em casos em que haja possĂveis mĂșltiplas vĂtimas, e nĂŁo afeta a capacidade de atendimento das instituiçÔes.
Segundo Alessandro Teixeira Moraes, enfermeiro responsĂĄvel pelo NĂșcleo de Educação Permanente (NEP) do HPS, responsĂĄvel pela definição dos protocolos de mobilização da rede de urgĂȘncia e emergĂȘncia, acionar todas as unidades, como aconteceu com a explosĂŁo da Imbel, que nĂŁo teve vĂtimas, visa a diminuir ao mĂĄximo o chamado “tempo-resposta”, intervalo entre a chegada da vĂtima e seu atendimento nas melhores condiçÔes possĂveis de acordo com a gravidade de seu caso, conforme o Protocolo de Manchester.
Posts falsos na web causam pĂąnico
“Na prĂĄtica, o que fizemos ontem e fazemos sempre, em caso de ocorrĂȘncias com possibilidade de mĂșltiplas vĂtimas, foi notificar todas as unidades de urgĂȘncia e emergĂȘncia: UPAs como um todo, Santa Casa, Monte Sinai, Maternidade, e todos os outros hospitais que possuem atendimento de emergĂȘncia. Nestes locais, verificamos a disponibilidade de leitos, de especialistas, de insumos e infraestrutura para receber possĂveis vĂtimas, e todas estas informaçÔes sĂŁo repassadas ao Samu. No HPS, jĂĄ levantamos estes dados tambĂ©m, e deixamos em alerta estruturas e profissionais para a realização de exames laboratoriais, raios-X, tomografias, e outros, alĂ©m de especialistas. Ontem, por exemplo, acionamos o cirurgiĂŁo plĂĄstico de plantĂŁo, pois poderia haver vĂtimas graves de queimaduras. O Samu faz a triagem das vĂtimas e, de posse das informaçÔes estruturais atualizadas em comunicação direta e em tempo real conosco, vai encaminhando cada uma de acordo com o caso. As diretrizes da NEP existem justamente para garantir atendimento imediato a qualquer vĂtima que chegue em qualquer ponto da rede de urgĂȘncia”, explica o enfermeiro.
“Isto porque a emergĂȘncia sempre serĂĄ soberana. Independentemente de haver acidente com mĂșltiplas vĂtimas ou nĂŁo, o Protocolo de Manchester, padrĂŁo internacional de direcionamento do atendimento dos pacientes de acordo com a gravidade, vigora neste e em qualquer momento. A mobilização da rede em casos como o da Imbel Ă© justamente para assegurar que toda e qualquer vĂtima seja atendida pela urgĂȘncia e emergĂȘncia da cidade, esteja ela envolvida no acidente ou nĂŁo.”
De acordo com a subsecretĂĄria, a rede municipal possui sete pontos de atenção destinados ao primeiro atendimento, que sĂŁo imediatamente mobilizados, em seguida, todas as unidades de urgĂȘncia e emergĂȘncia da cidade tambĂ©m sĂŁo notificadas, as pĂșblicas e as privadas, tendo o Hospital de Pronto Socorro (HPS) como ponto focal. “Ă de lĂĄ que parte a articulação para que absolutamente todas as unidades de urgĂȘncia sejam acionadas, começando pelas pĂșblicas e se alargando para as privadas. Esta mobilização Ă© feita pelo HPS a partir do contato inicial do Samu ou dos Bombeiros, que sĂŁo contatados pela população, e as unidades passam a ficar sob alerta. A partir disto, o HPS mantĂ©m contato contĂnuo com o Samu e os bombeiros para deslocarem, se for preciso, as vĂtimas de menos gravidade para as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e as mais graves para o HPS e outros hospitais”, destaca ela, informando ainda que o transporte de vĂtimas para os postos de atendimento Ă© feito pelo Serviço de Transporte Inter-hospitalar (STIH), jĂĄ que Samu e Bombeiros ficam no local do acidente , prestando os primeiros socorros Ă s vĂtimas.
Mobilização visa a reduzir tempo de resposta do atendimento
Alessandro informa, ainda, que tal estado de alerta da rede em caso de possĂveis mĂșltiplas redes Ă© feito essencialmente pela comunicação. “Ă um sobreaviso. A rede de atendimento e toda sua infraestrutura jĂĄ existem, a notificação serve para preparĂĄ-los e levantar dados sobre a disponibilidade de atendimento. A ideia Ă© profissionalizar cada vez mais o trabalho e criar uma cultura em que se trabalhe efetivamente em rede em qualquer situação, independentemente de catĂĄstrofe, de forma que um serviço apĂłie o outro. A longo prazo, a intenção Ă© provocar uma mudança de cultura no atendimento, e de forma que se estenda a toda nossa microrregiĂŁo.”