A posição do Reino Unido e a UFJF
“Nenhuma ilha é uma ilha”, afirmou Carlo Ginzburg.
Apesar disso, voltou à baila uma série de considerações a partir do resultado do referendo que sacudiu opiniões mundo afora na última semana. De fato, na votação do referendo do último dia 24 de junho de 2016, o Reino Unido decidiu, por uma maioria de 52%, deixar a União Europeia. O BREXIT(uma junção dos termos, em inglês, “Britain” e “Exit”) foi o termo utilizado para o resultado do referendo que pôs fim a mais de 43 anos de participação do Reino Unido no bloco.
O fato é, sem dúvida, para ser lamentado, porque se apresenta como uma vitória (apertada) dos muros e das fronteiras da xenofobia erguidos e rebocados em tempos em que a rasura das linhas divisórias faria muito mais sentido(s). Da mesma forma, as manifestações dos últimos dias na Escócia em defesa de sua saída do Reino Unido – questão tão antiga quanto a formação da Northumbria – e a sua possível entrada na União Europeia renovam as discussões em torno de blocos, países, estados nacionais e xenofobia.
Por enquanto, não há nem haverá pelos próximos dois anos nenhuma alteração para quem está no Reino Unido estudando em uma de suas universidades, uma vez que, após a notificação de saída do bloco, por dois anos seguirão naquele Estado sendo cumpridas as regras da União Europeia. A Diretoria de Relações Internacionais da UFJF, entretanto, se coloca atenta às mudanças a partir de então, considerando que a internacionalidade e o multiculturalismo não serão deixados de lado nas universidades britânicas, uma vez que, mesmo às ilhas, é possível chegar com pontes.
Bárbara Simões Daibert – diretora de Relações Internacionais da UFJF e leitora convidada