Estevam Soares estreia no comando do Tupi
O novo treinador do Tupi, Estevam Soares, foi apresentado na manhã de ontem, em Santa Terezinha, após comandar seu primeiro treino no Salles de Oliveira, e já viajou com o elenco para o encontro entre o Galo Carijó e o Xavante, com início às 16h de hoje, no Estádio Bento Freitas, em Pelotas (RS). O embate válido pela oitava rodada da Série B do Campeonato Brasileiro já terá Estevam Soares na área técnica. Enquanto o Brasil já somou 11 pontos, ocupando a nona posição na tabela, o Alvinegro é o vice-lanterna com apenas um triunfo na competição. A delegação juiz-forana voou no início da tarde de ontem de Goianá para Porto Alegre (RS), chegando à noite, de ônibus, no município que sedia o embate.
“Fizemos uma primeira mudança na parte tática, um posicionamento diferente da nossa equipe e depois o grau motivacional é normal. A grande coisa do comandante é você procurar extrair o que há de melhor deles (jogadores). E não temos uma viagem, mas uma peregrinação, o que temos que repensar muito. O preparador físico, Renê, disse que nosso time está muito bem fisicamente, mas isso é porque estamos na sétima rodada. Se continuarmos nessa batida de viagem o dia todo e em véspera de jogo, daqui a pouco abre o bico. Mas são coisas que vamos conversar e ver com a diretoria o que há de melhor e pelo que sei tudo o que vem sendo pedido eles têm procurado colaborar. Acima de tudo é fazer uma família forte aqui e que queira vencer”, declarou o novo comandante.
Entre os desafios em campo citados por Estevam, “o mais importante é que a gente consiga, e talvez seja o grande trabalho meu, tentar arrumar uma sistemática de jogo, um posicionamento para esses jogadores em que cada um renda o melhor dentro daquelas posições. Eles têm coisa para dar. Temos que viver isso intensamente. Essa força-tarefa passa por tudo. A diretoria não pode medir esforço nenhum se for melhor para o jogador. Qual o melhor treino, reunião que tenho que dar? O preparador físico a mesma coisa. A torcida, ‘temos que vir e incentivar’, ‘não vou lá, mas vou estar em casa e vou fazer uma prece para que o jogador tenha luz e o treinador enxergue o que de repente ele não iria ver’.”
Três desfalques são certos no Alvinegro para este embate: o zagueiro Rodolfo Mol, suspenso, o lateral Thiago Espíndola e o volante Gabriel Sacilotto, se recuperando de lesão. Com isso, Hélder entra na zaga e Vinicius Kiss ganhou vaga no meio. Na meta, Rafael Santos inicia a partida, com Glaysson na suplência. Quem pode ganhar os primeiros minutos na Série B é o meia Hiroshi, destaque carijó no Estadual, recuperado de luxação no ombro direito.
Estevam confirmou que irá utilizar a equipe que treinou ontem. Na atividade, o time teve Rafael Santos; Henrique, Heitor, Hélder e Bruno Costa; Rafael Jataí; Vinicius Kiss, Recife, Marcos Serrato e Thiago Silvy; Giancarlo. Sem participação dos reservas, as triangulações e tabelas pelos flancos foram repetidamente treinadas em simulações de transições ofensivas.
‘A palavra principal é trabalho’
Durante sua apresentação, Estevam garantiu ter avaliado o elenco antes de aceitar a proposta carijó e salientou a importância de um trabalho de toda a cidade para tirar o Alvinegro da zona do rebaixamento da Série B. “Alguns fatores me fizeram aceitar o convite. Primeiro uma análise do elenco, que tem qualidade, e o próprio trabalho que a diretoria do Tupi vem fazendo ao longo desses últimos anos de reestruturação do clube, chegando novamente a uma Série B de Brasileiro, que há muitos anos não tinha. O importante é que temos ainda 93 pontos a serem disputados. Não é que é muita ironia ou pretensão, mas podemos terminar o campeonato com 96 pontos. Se a matemática existe, e é plausível neste momento, nós temos que acreditar. É dificílimo, quase que impossível, essas foram as minhas primeiras palavras com os atletas. Temos que acreditar, mas para isso alguns fatores são importantíssimos. Todos têm que se entregar, trabalhar e acreditar. A palavra principal é trabalho. O único lugar que o sucesso vem antes do trabalho, e isso é antigo, é no dicionário.”
Esta não foi a primeira vez que o Carijó entrou em contato com Estevam. “É a terceira oportunidade. Em dezembro recebi um telefonema do antigo gerente, o Cloves (Santos), e agradeci prontamente, porque não poderia vir já que havia, no dia anterior, renovado meu contrato com a Portuguesa. Depois, quando veio o Ricardo, ele me ligou novamente e falei para conversarmos, mas ele não me ligou mais. Aí não fiquei sabendo o que aconteceu, parece que foi questionado que eu fiz exigência de trazer uma comissão técnica, mas não falei nada, nem parte financeira, nem de comissão. Mas, felizmente, nesses dias, quando recebi o telefonema do Gustavo (Mendes, diretor executivo de futebol), foi um papo muito legal, proveitoso e acabou dando certo, o que é o mais importante”, declarou.
Polêmica
Campeão brasileiro da Série D pelo Tupi em 2011, o juiz-forano Marcel também pintou em Santa Terezinha, onde foi revelado, na manhã de ontem. Também apresentado à imprensa, o volante, de 29 anos, que estava apalavrado com o Tupynambás, explicou como ocorreram as tratativas com as duas agremiações da cidade. “Já vinha conversado com o Áureo (Fortuna, ex-presidente carijó) antes de ter rolado essa polêmica com o Baeta, do Alberto (Simão, empresário responsável pela montagem do elenco do Baeta) me procurar e eu conversando com o Áureo. Mas, na verdade, quem me vetou para não ter chegado antes foi o Drubscky. Com a saída dele as coisas fluíram e, graças a Deus, minha contratação deu certo.”
O jogador trabalhou a parte física separado do grupo e ainda não está à disposição de Estevam Soares.