SAÍDA POLÍTICA
Depois de 19 anos em tramitação – não necessariamente sob avaliação frequente -, o Supremo Tribunal Federal deverá colocar em sua pauta de amanhã o julgamento de uma ação que questiona se é possível migrar para o parlamentarismo por meio de emenda à Constituição. A ação ingressou no STF em 1997, por iniciativa do então deputado Jaques Wagner, hoje chefe de gabinete da Presidência da República, questionando tal encaminhamento. No seu entendimento, a adoção desse modelo só deve ocorrer por meio de plebiscito, e o país já havia rejeitado tal proposta em 1993.
A discussão, no entanto, não deve se encerrar na sessão desta quarta-feira. Alguns setores consideram tal sistema a saída mais adequada para os impasses políticos do país. Mesmo que não haja uma decisão de mérito, cria-se uma porta para discussão do assunto. Nesse ciclo de enfrentamento, seria um tema para refrescar os ânimos, embora, para outros, o momento seja considerado inoportuno.
Pelo sim, pelo não, a instância política tem que se movimentar para reduzir os impactos que ora colocam o país sob tensão. A ausência de solução tornou-se mais um problema, pois, num cenário de incerteza, todos os investimentos na instância econômica ficam retidos; projetos são paralisados, e a falta de perspectiva inibe negócios. O país não pode ficar nessa situação, sob o risco de pagar um preço elevado no futuro, enquanto hoje, com tanta insegurança, ninguém ganha.
