O ‘Álbum do Albino’ completou cem anos
O ano passou, e a cidade ficou devendo uma homenagem ao autor da mais importante obra sobre Juiz de Fora e que completou seu primeiro centenário. Publicado em 1915, o “Álbum do Município de Juiz de Fora”, organizado por Albino Esteves, é o mais importante livro já publicado sobre Juiz de Fora. Conhecido entre historiadores, pesquisadores, estudantes, professores e curiosos como o “Álbum do Albino”, esta obra é como uma “Bíblia” para quem deseja conhecer ou prosseguir nas pesquisas sobre a formação da cidade. Mãe de todos os outros livros publicados sobre o mesmo tema, o “Álbum do Albino” foi e tem sido fonte para qualquer outra obra publicada, ou a ser ainda, sobre nossas origens.
Albino de Oliveira Esteves nasceu na cidade de Sapucaia, no Rio de Janeiro, em 16 de outubro de 1883, e era filho de Nicolau Marins Esteves e Silvéria de Oliveira Esteves. Novo ainda, veio com a família para Juiz de Fora. Aqui, estudou e trabalhou. Formado em odontologia, nunca exerceu a profissão. Foi funcionário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Era um líder espírita e atuou muito na imprensa local, tendo sido repórter e redator-chefe do jornal “O Farol”. Era ator, teatrólogo, prosador e poeta. Publicou inúmeros livros e foi um dos fundadores da Academia Mineira de Letras. Faleceu em Juiz de Fora, em 18 de julho de 1943.
O “Álbum do Município de Juiz de Fora” foi iniciado em 1904 e somente publicado em 1915 pela Imprensa Oficial do Estado de Minas, em Belo Horizonte, com o apoio do dr. Oscar Vidal Barbosa Lage, presidente da Câmara Municipal de Juiz de Fora e agente do Executivo (nome que se dava ao prefeito na época).
O livro teve três edições: a primeira foi em 1915, a segunda foi em 1990 (pela Prefeitura de JF), e, a terceira, em 2008 (organizada por Sérgio Newmann com o apoio da Lei Murilo Mendes – PJF/Funalfa). As duas últimas edições aconteceram nas administrações do prefeito Alberto Bejani. Tenho em meu acervo particular exemplares das três edições do “Álbum do Albino”.
Recentemente, conversava com Sérgio Newmann, e ele me revelou seu desejo de lançar uma versão digital dessa obra. Ele teria já um projeto a respeito e depende de parcerias. Seria uma boa dica para a Prefeitura Municipal, UFJF ou outros se manifestarem sobre essa possibilidade. Albino merece, e a cidade agradece!
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