Entraves ao Aeroporto Regional
Na reportagem “Sem melhorias, MG-353 pode representar entrave ao Aeroporto Regional”, publicada pela Tribuna, o repórter Gabriel Ferreira Borges mostrou, com precisão, os possíveis entraves para o funcionamento do Aeroporto Itamar Franco. Mesmo diante desses incômodos, todos os habitantes da Zona da Mata, e não só aqueles residentes em Juiz de Fora, devem, a começar de agora, cobrar dos políticos votados na Zona da Mata projetos e obras que poderão, de imediato, melhorar as condições de funcionamento deste aeródromo que, a partir de então, será também internacional.
Não adianta tentar recuperar o leite derramado e reclamar por que Deus deu para essa região de Minas Gerais belíssimas montanhas que, mesmo que aclamadas por sua eterna beleza, servem para dificultar o desenvolvimento regional. Realmente, com a aprovação do Terminal de Carga Aérea (Teca) para aquele local, já foi solicitado à Receita Federal de Juiz de Fora seu trabalho para adequação para que o terminal possa dar início às exportações e importações. A empresa concessionária do falado “aeroporto de Goianá” precisará de um bom marketing para demonstrar para os industriais e comerciantes da região que os transportes aéreos pelo Regional são viáveis e, em alguns casos, até mais baratos, embora em condições de um aeroporto de médio porte, e não um aeroporto do porte de Galeão, Confins, Campinas e o internacional de São Paulo de Guarulhos. Cada coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa.
O escoamento das cargas aéreas pode ser um pouco dificultado pelas serras da MG-353, além da pista simples. Mas não é uma dificuldade total. Não será durante o dia inteiro que grandes cargas serão transportadas por ali. Na sua maioria, só aquelas de pequenos ou médios portes deverão passar por ali e poderão ser transportadas em caminhões menores, caminhões frigoríficos, etc. Em primeiro lugar, a Receita Federal terá que liberar esse tipo de carga. Posteriormente, a própria concessionária do Itamar Franco terá que começar seu “garimpo” para que as empresas que usam o Galeão ou Confins possam também fazer a mesma coisa pelo Regional.
No passado, quando residi em Juiz de Fora e produzia matérias publicadas na Tribuna, era questionado quando mostrava a importância do Aeroporto Itamar Franco. Várias vezes, na Rua Halfeld, me perguntavam por que eu não priorizava o Aeroporto da Serrinha, que se localizava a poucos quilômetros do Parque Halfeld. Sempre defendi que este aeródromo era ótimo para aviões menores ou para aqueles usados por táxi-aéreo. Por várias vezes, já com passagem comprada para São Paulo, por falta de teto ou precaução, a empresa me levou para o Santos Dumont, no Rio de Janeiro, fazendo-me esperar por cinco horas até que aquele aeroporto abrisse as portas. Isso produziu vários medos em todos que iriam tomar o avião no Serrinha, porque, dentro de um ônibus, ficamos todos expostos ao frio de inverno e aos possíveis assaltantes. Tempos se passaram, mas o Serrinha continua o mesmo: próprio para escola de pilotagem e pequenos jatinhos. Nada mais que isso.