Bom ânimo


Por IRIÊ SALOMÃO DE CAMPOS Comunidade Espírita A Casa do Caminho

15/11/2014 às 07h00

É inegável que a última campanha eleitoral tenha aberto feridas em muitos relacionamentos, pessoas ofenderam ou foram ofendidas. Seja do agrado pessoal ou não, a materialidade da vida está aí para ser vivida. O fato mais importante para os estudantes do Evangelho do Cristo, independentemente de sua ideologia política, é como viveremos os próximos dias e anos sem permitir que os azedumes das controvérsias políticas dificultem nossa busca pela felicidade e paz interior.

A doutrina espírita ensina que, toda vez que agimos contra o bem, cria-se oportunidade para a influência do mal, daí a necessidade de falar sempre no bem, pensar no bem, destacar o lado bom das coisas, acontecimentos e pessoas, para que a luz da alegria seja em nós presença constante.

Bartolomeu, um dos apóstolos do Cristo, era reconhecido pelo jeito quieto e interrogativo. Então, Jesus perguntou o que tanto o afligia – disse ele se renovar de esperança ao ouvir o Cristo dizer: “Meu reino ainda não é deste mundo”. Mas caía novamente em tristeza ao observar à sua volta e testemunhar por toda a parte o crescimento da violência, o jogo danoso das ambições inferiores e a colheita dos desenganos. No que Jesus respondeu: Se já tive ocasião de ensinar que meu reino ainda não é deste mundo, isso não quer dizer que desprezo o trabalho de estendê-lo, um dia, a todos que vivem no planeta. Acha, então, que teria vindo a este mundo sem essa certeza confortadora. O Evangelho terá que florescer, primeiramente, na alma das criaturas antes de frutificar no espírito dos povos. A vida terrena é uma estrada pedregosa, que nos conduz aos braços amorosos de Deus, e a luta está na caminhada de cada dia. Devemos aproveitar os instantes serenos da manhã e do anoitecer, estes são pequenos momentos de repouso onde há sempre ambiente interior para elevação dos nossos pensamentos ao Pai, assim nos habilitando na renovação das energias, esperanças e ideais. Em geral, abusa-se desses momentos preciosos, desvirtuando-se do bem para arquitetar planos em que a vontade egoística será imposta na tentativa de transformar os desejos mais descabidos em direitos constituídos. Nestes deslizes, encontramos as origens dos males que assolam cada um e também a coletividade.

É evidente que não podemos modificar o mundo sozinhos, muito menos fazer-nos anjos de hora para outra. Nosso passado faltoso resultou no agora, mas o presente nos oferece a oportunidade de criar um futuro positivo, e o faremos enquanto criarmos com nossos pensamentos e ações benignas. Assim, venceremos nossas provas com satisfação, superando as provações com esperança, compreendendo que, na luta pela vitória do bem, libertamos a nós mesmos para a felicidade real do espírito, porque somos filhos de Deus, como tal, criados tendo a felicidade como destino inquestionável.

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