Dois dados divulgados recentemente dizem muito sobre a realidade brasileira: a taxa de desemprego alcançou 12,2% em janeiro de 2018 e o Produto Interno Bruto cresceu 1,0% em 2017. A teoria econômica clássica diria que é necessário crescimento maior e mais consistente ao longo do tempo para que sejam gerados novos empregos. Verdadeira, mas apenas em parte.
Dois fatores têm tornado essa relação “aumento do PIB = geração de empregos” menos direta nos últimos tempos. Por um lado, boa parte do crescimento econômico tem sido gerada por avanços tecnológicos. Aumenta-se a produção sem, necessariamente, empregar mais pessoas. Por outro lado, há um descompasso crescente entre os postos de trabalho gerados e a qualificação dos profissionais para ocupá-los. O mundo atual precisa de trabalhadores do conhecimento, e não de executores de tarefas braçais ou rotineiras. Isso vale para o setor privado e também para a administração pública.
Enfrentar esse desafio passa por uma palavra-chave: produtividade. Precisamos tornar nossos processos de trabalho e, principalmente, nossos profissionais mais produtivos. Para isso, educação é fundamental. Não apenas de crianças, mas também de adultos. Qualquer conhecimento adquirido hoje se tornará obsoleto em, no máximo, cinco anos. Portanto nunca poderemos parar de estudar.
Infelizmente, observamos frequentemente alunos e professores desinteressados na aprendizagem. Uns fingem que estudam, mas só querem o diploma. Outros fingem que ensinam, mas estão pensando no pagamento pelas aulas. E o Brasil vai despencando nos rankings de competitividade internacional.
Precisamos de um pacto nacional pela educação e pela produtividade. Isso requer o envolvimento de governos e empresas. Porém, acima disso, demanda o compromisso individual de cada um de nós em buscar cotidianamente novos conhecimentos e novas formas de desempenhar nossas tarefas, sob pena de nos tornarmos dispensáveis.